Avião da GOL no Aeroporto de Congonhas (Germano Lüders/Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de abril de 2022 às 11h41.
O conselho de administração da GOL aprovou nesta sexta, 8, um aumento de capital no montante de, no mínimo, R$ 948,3 milhões e, no máximo, R$ 2,8 bilhões, com a emissão de até 67,3 milhões ações preferenciais. O preço de emissão por ação preferencial será de R$ 42,67, com base no fechamento das ações na B3 dos últimos 60 pregões, acrescido de um ágio de 257,36%.
A operação ocorre diante do acordo de cooperação comercial firmado em fevereiro com a American Airlines, que previa o aumento de capital. Na operação, a aérea dos EUA assumiu o compromisso de investir US$ 200 milhões (R$ 948,3 milhões) na GOL, além de fazer parcerias em compartilhamento de voos e em programas de milhagens. Ao fim, a American Airlines terá uma participação de aproximadamente 5,3% na GOL. Segundo a aérea, o aumento de capital tem como objetivo fortalecer a estrutura de capital da empresa.
O valor total do aumento de capital da GOLvai depender de adesões além da American Airlines, que já garantiu o valor mínimo de R$ 948,3 milhões. Os atuais acionistas da companhia terão preferência na compra de novos papéis - o prazo de exercício desse direito será de 30 dias, contados a partir de 13 de abril.
Para o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, a subscrição pode levar a uma diluição dos atuais acionistas. "Considerando que a GOLfoi fortemente impactada pela pandemia, captações como esta são importantes e abrem a porta para novos sócios", diz. Já Rodrigo Crespi, da Guide, pensa que a diluição não deve ser grande. "O preço de emissão é bastante alto."
Os analistas do Goldman Sachs Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins escreveram em relatório que, embora os acionistas tenham direito de preferência para subscrever as novas ações, é "improvável que outros investidores participem, dado o prêmio em relação aos preços atuais".
Para eles, o efeito da operação é neutro para a aérea: "Continuamos com recomendação de compra para a GOL, mas reconhecemos que o recente aumento nos preços dos combustíveis pode levar a uma pressão de curto prazo sobre as margens, embora acreditemos que as companhias aéreas de prazo mais longo sejam capazes de repassar esses preços mais altos para as tarifas", escreveram.