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GM terá custo de US$ 100 mi para encerrar operações na Venezuela

O encerramento das operações foi formalizado ontem (1). Este valor inclui o pagamento de multas e benefícios a trabalhadores demitidos

GM: a empresa entrou com um recurso na semana passada, junto ao supremo tribunal venezuelano, e espera uma decisão rápida e um resultado favorável (Marco Bello/Reuters)

GM: a empresa entrou com um recurso na semana passada, junto ao supremo tribunal venezuelano, e espera uma decisão rápida e um resultado favorável (Marco Bello/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de maio de 2017 às 15h57.

São Paulo - A GM informou nesta terça-feira (2) que a decisão de deixar de produzir na Venezuela, após a justiça do país confiscar a sua fábrica, vai lhe custar cerca de US$ 100 milhões, soma que inclui, entre outras obrigações, o pagamento de multas e benefícios a trabalhadores demitidos.

O encerramento das operações, anunciado há duas semanas, foi formalizado na segunda-feira, 1º de maio.

Apesar disso, os executivos da GM expressaram sua vontade de conversar com autoridades do governo venezuelano e líderes sindicais sobre as circunstâncias em que seria possível reiniciar a produção e empregar alguns trabalhadores, com "um novo e viável modelo de negócios".

Enquanto isso, a montadora tenta reverter a decisão de confisco da fábrica e de outros bens da montadora.

A empresa entrou com um recurso na semana passada, junto ao supremo tribunal venezuelano, e espera uma decisão rápida e um resultado favorável.

O imbróglio da GM na justiça da Venezuela começou no ano 2000, quando a montadora quis retirar a concessão de uma das suas concessionárias, localizada na cidade de Maracaibo, em razão de um desempenho nas vendas abaixo do desejado.

O ponto de revenda, então, exigiu ser ressarcido pelos veículos que ainda tinha em estoque, dando início a uma disputa judicial.

Há duas semanas, 17 anos depois, a Justiça determinou que a GM deveria pagar US$ 376 milhões à concessionária.

A montadora alega, no entanto, que o valor é inviável e foi determinado de forma arbitrária, sem a contribuição de peritos da empresa ou da concessionária. Ainda segundo a montadora, antes mesmo de apresentar uma resposta formal à Justiça, sobre se iria pagar ou não, foi emitida a ordem de apreensão dos bens da GM.

O confisco da fábrica fez a GM decidir pelo encerramento de suas operações na Venezuela.

A fábrica, porém, estava sem produzir há praticamente dois anos, em razão de uma demanda reduzida a quase zero e de limitações cambiais que impediam a importação de peças por parte da montadora para fazer a montagem dos veículos.

Sem dólares suficientes, as importações não podiam ser feitas.

A fábrica fica na cidade de Valencia e tem capacidade para produzir 100 mil veículos por ano.

A unidade, que empregava 2.678 funcionários, foi instalada em 1948 e é a mais antiga fábrica de veículos do país.

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