EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
A General Motors (GM) irá pagar 2 bilhões de dólares ao grupo Fiat para encerrar a polêmica sobre a aquisição da montadora italiana. Há cinco anos, as duas companhias assinaram um acordo para operar em conjunto na Europa, a fim de reduzir custos. Na ocasião, a GM adquiriu 10% da Fiat Auto. Uma das cláusulas dava o direito aos italianos de forçarem a venda dos 90% restantes à GM, caso a parceria não desse certo. E era justamente essa a intenção da Fiat.
Pelo acordo fechado ontem (13/2), a Fiat abriu mão do direito de forçar a venda da sua divisão automotiva, em troca da quantia a ser desembolsada pela GM e pelos 10% de ações da montadora que os americanos possuíam. Em contrapartida, a GM continuará tendo acesso à tecnologia do grupo italiano, algo essencial para que empresa continue sustentando as deficitárias operações na Europa, de acordo com o americano The Wall Street Journal.
Para a Fiat, o acordo significa a injeção de parte dos recursos necessários para resolver os problemas financeiros do grupo, além de representar uma vitória do recém-empossado presidente Sergio Marchionne. Segundo Marchionne, os recursos darão mais fôlego para a Fiat se reestruturar. Os analistas alertam, contudo, que o dinheiro não será suficiente para assegurar o futuro da montadora italiana. O valor a ser pago pela GM está acima da média prevista pelo mercado.
Já para a GM, o novo contrato evitará um rebaixamento de sua nota pelas agências internacionais de classificação de risco. Tal como os ratings de dívidas públicas, as agências também conferem notas à saúde financeira de grandes companhias, que influem nas taxas de juros cobradas pelos bancos para financiarem seus projetos de expansão. Os analistas temiam o impacto da absorção da montadora da Fiat, cujas dívidas atingem 10 bilhões de dólares, no balanço da GM, que também enfrenta problemas financeiros.
Além disso, o acesso à tecnologia da Fiat continuará gerando economias de 2 bilhões de dólares por ano nas operações compartilhadas de desenvolvimento de produtos e compra de insumos, segundo o presidente mundial da GM, Rick Wagoner.
Apesar das vantagens alegadas pela GM para assinar o novo acordo, a quantia a ser paga para a Fiat elevará para 4 bilhões de dólares os gastos da montadora americana para se consolidar no mercado europeu.