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Gerdau faz aquisição de U$ 4,2 bi, a maior de sua história

Subsidiária na América do Norte deverá emitir ações para reforçar capitalização

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A Gerdau realizou sua maior aquisição da história por meio do seu braço na América do Norte, a Gerdau Ameristeel. A companhia fechou a compra da Chaparral Steel Company, produtora de barras de aço e segunda maior produtora de aço estrutural norte-americana, em um negócio de 4,2 bilhões de dólares (cerca de 7,9 bilhões de reais).

O anúncio da compra foi feito nesta quarta-feira (11/7). Às 10h14 as ações da Gerdau caíam 2,24%, cotadas a 50,25 reais, na Bolsa de Valores de São Paulo.

De acordo com comunicado enviado ao mercado, o conselho de administração da Chaparral, baseada nos Estados Unidos, aprovou por unanimidade a proposta de compra das ações da companhia apresentada pela Gerdau, de 86 dólares por ação. Agora ainda é preciso que o negócio passe pelo crivo dos acionistas da americana e de agências reguladoras. A operação deve ser concluída até o fim do ano.

A Chaparral tem operações nos estados do Texas e da Virginia, nas quais emprega aproximadamente 1.400 colaboradores. A integração da sua capacidade instalada de produção de aço - de 2,9 milhões de toneladas métricas anuais - permitirá sinergias com a Ameristeel superiores a 55 milhões de dólares até o fim de 2008, antes de descontados os impostos. "A aquisição da Chaparral Steel Company é consistente com a estratégia da Gerdau Ameristeel de diversificar a oferta de produtos de maior valor agregado", afirmou, no comunicado, o presidente e CEO da Ameristeel, Mario Longhi.

Ainda segundo a companhia, a Ameristeel deve emitir ações para "atingir um nível prudente de capitalização e um sólido balanço", após concluído o negócio. Como principal acionista da subsidiária, a Gerdau declarou que subscreverá qualquer emissão de ações anunciada, com o objetivo de manter o nível atual de sua participação acionária. Aos outros acionistas, a companhia avisou que o negócio causará um "pequeno efeito de diluição" em seus resultados por ação em 2007 e 2008, gerados pelas sinergias e pelo impacto da capitalização para fechamento da operação - o JP Morgan Securites, consultor financeiro da Ameristeel no negócio, ofereceu financiamento de 4,6 bilhões de dólares.

Para a Gerdau, a compra será um impulso para o crescimento das operações na América do Norte. "Esta aquisição reafirma a nossa estratégia de participação no processo global de consolidação da indústria siderúrgica", afirmou, no comunicado, Andre Johannpeter, presidente e CEO do grupo. "Temos um histórico bem sucedido de integração de negócios bem como de captura de sinergias mediante a implementação e execução do nosso sistema de gestão".

Há um mês, a Ameristeel anunciou também a compra de ativos da Valley Placers, empresa especializada na entrega e montagem de produtos de aço sediada nos Estados Unidos. A aquisição, que não teve os valores divulgados, foi fechada por meio da Pacific Coast Steel, joint venture da Ameristeel, e teve como objetivo ampliar a presença da companha no mercado de Las Vegas.

A própria Gerdau também fechou a aquisição de uma siderúrgica em junho, por 92,5 milhões de dólares. A empresa adquirida, a Sizuca, instalada na Venezuela, tem capacidade para produzir 300 mil toneladas de aço bruto e 200 mil toneladas de laminados por ano. Outro anúncio feito pela companhia no mês passado foi o de uma parceria na Índia com o grupo Kalyani, para operar uma siderúrgica no país. A joint venture gerou uma empresa que administrará uma operação com capacidade instalada estimada em 275 mil toneladas de aço líquido por ano. Ao anunciar o negócio, a Gerdau afirmou que a Índia tem apresentado acelerado crescimento econômico e um aumento no consumo de aço.

Classificação de risco

A Moody';s colocou em revisão para possível rebaixamento a classificação de risco da Gerdau e da Ameristeel. A avaliação da Chaparral Steel também foi colocada em revisão, ainda sem viés de baixa ou alta. "A aquisição, se bem sucedida, será provavelmente financiada por uma grande dívida nova", afirma a Moody';s, em relatório. "A revisão da classificação da Ameristeel e da Chaparral, assim como o da Gerdau, vai ser focada principalmente no nível de dívida das duas companhias, nos potenciais riscos de integração envolvidos na transação, na evolução dos objetivos de crescimento e no impacto sobre os negócios estratégicos, incluindo a maior presença da Ameristeel no mercado", continua a agência.

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