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Gap aposta que moletons vão acabar com as calças skinny

Rede está novamente tentando dar o fim na tendência das calças apertadas com modelos mais folgados, como as calças moletom elegantes

Novas calças da Gap: objetivo é que as mulheres renovem o guarda-roupa e sacudam as anêmicas vendas de roupas (Andrew Harrer/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2014 às 20h12.

Nova York - Não deveria ser difícil acabar de uma vez por todas com as calças jeans skinny. Afinal, as mulheres as amam e odeiam na mesma proporção.

Há três anos, os varejistas tentaram dar fim à tendência com uma inovação chamada flare, uma nova calça boca de sino. As mulheres continuaram comprando as calças skinny.

Agora, desde as redes do mercado massivo, como a Gap , às que tendem ao luxo, como a Bloomingdale’s, todas estão tentando novamente com modelos mais folgados.

A resposta da Gap: calças moletom elegantes.

O objetivo é que as mulheres renovem o guarda-roupa e sacudam as anêmicas vendas de roupas . Desta vez, o setor pode conseguir, disse Marshal Cohen, analista-chefe do setor na NPD Group.

“Basicamente, as mulheres disseram: Chega de jeans apertados, não vou mais usá-los”, disse ele.

A estilista Luciana Mando, 29, de Nova York, já se converteu e prefere se “vestir de modo mais descontraído”.

Stacey Kontoh, 34, técnica em medicina de Nova York, também. Ela já tem algumas calças palazzo, com corte folgado, e é fã do visual elegante e profissional.

Mulheres ocupadas querem roupas que combinem com a ioga e com o trabalho, disse Nancy Green, gerente geral da Athleta.

“As mulheres não querem trocar de roupa cinco vezes por dia”, disse ela.

Depois de se espremerem durante anos nas calças jeans skinny, muitas mulheres estão prontas para o conforto, disse Wendy Liebmann, diretora da WSL Strategic Retail, empresa de pesquisa com sede em Nova York.

A “tendência combina com as proporções das consumidoras dos EUA”, disse ela. “Esse modelo é muito mais indulgente para a maioria das mulheres, ou para muitas delas”.

Efeito multiplicador

Novas tendências da moda, quando pegam, têm um efeito multiplicador porque as mulheres são obrigadas a comprar novos sapatos, blusas, casacos e outras peças.

Foi o que aconteceu com as calças jeans skinny, que levaram as mulheres a comprar muitas botas, inclusive Uggs, porque dá para enfiar as calças dentro delas.

Ao impulsionar as calças de corte mais folgado, os varejistas esperam convencer as mulheres a substituírem suas camisetas por blusas mais justas e estruturadas que caem bem com o visual.

Neste ano, a Bloomingdale’s está utilizando combinações coordenadas de blusas e calças para as consumidoras que não gostam de misturar as peças por conta própria. A Gap também está usando as vitrines como modelos de aprendizagem.

Vendas de roupas

Embora as vendas de roupas femininas tenham subido 1 por cento, para US$ 116,2 bilhões, nos EUA durante os 12 meses que finalizaram em junho, as vendas de calças femininas cresceram duas vezes mais rápido, para US$ 8,2 bilhões, de acordo com a NPD, com sede em Nova York.

Os modelos com caimento mais folgado têm uma grande responsabilidade nisso, disse Cohen.

Um aumento viria bem para os varejistas. Wal-Mart Stores, Target e Macy’s divulgaram resultados decepcionantes neste mês.

O relatório do Departamento de Comércio sobre as vendas do varejo em julho apresentou os números mais fracos em seis meses, prejudicados por um aumento salarial morno.

A grande questão é se as mulheres realmente estão dispostas a abandonar os jeans skinny, uma peça que demonstrou nos últimos anos uma perseverança que confundiu muitos observadores do mundo da moda.

O visual surgiu na década de 1950, quando gente como Gene Autry se espremeu nele. Mick Jagger e os Rolling Stones retomaram as calças skinny no início da década de 1960.

Os hippies reagiram com flares e bocas de sino, até que os Sex Pistols e os Ramones definiram as calças jeans apertadas como o traje a rigor dos punks suburbanos.

O visual ressurgiu na década de 1990, quando as revistas femininas começaram a enfocar mais a magreza meio de menino de Kate Moss do que as curvas de Cindy Crawford.

As calças skinny, as leggings e as jeggings (leggings que parecem de jeans) deram o ar da graça em todo lugar.

Jeans coloridos

Mais recentemente, as vendas de jeans caíram, o que prejudicou os varejistas que não estavam dispostos a se adaptar às novas tendências, disse Betty Chen, analista da Mizuho Securities USA em São Francisco.

Embora uma febre de jeans coloridos tenha levantado temporariamente os negócios, a “novidade” da tendência evaporou, disse ela.

“Até que apareça outra grande inovação estilística com os jeans eles poderiam mofar nesses níveis ou continuar sendo secundários em termos de vendas”, disse Chen.

Será difícil vender o corte folgado para algumas mulheres. Gina Girodier, que trabalha com produção de cinema e TV em Nova York, disse que o visual não combina com o corpo dela.

“Sou larga em cima e tenho pernas finas”, disse Girodier, 29. “Sempre que uso calças de corte amplo, acho que fico com uma aparência estranha”.

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Nova York - Não deveria ser difícil acabar de uma vez por todas com as calças jeans skinny. Afinal, as mulheres as amam e odeiam na mesma proporção.

Há três anos, os varejistas tentaram dar fim à tendência com uma inovação chamada flare, uma nova calça boca de sino. As mulheres continuaram comprando as calças skinny.

Agora, desde as redes do mercado massivo, como a Gap , às que tendem ao luxo, como a Bloomingdale’s, todas estão tentando novamente com modelos mais folgados.

A resposta da Gap: calças moletom elegantes.

O objetivo é que as mulheres renovem o guarda-roupa e sacudam as anêmicas vendas de roupas . Desta vez, o setor pode conseguir, disse Marshal Cohen, analista-chefe do setor na NPD Group.

“Basicamente, as mulheres disseram: Chega de jeans apertados, não vou mais usá-los”, disse ele.

A estilista Luciana Mando, 29, de Nova York, já se converteu e prefere se “vestir de modo mais descontraído”.

Stacey Kontoh, 34, técnica em medicina de Nova York, também. Ela já tem algumas calças palazzo, com corte folgado, e é fã do visual elegante e profissional.

Mulheres ocupadas querem roupas que combinem com a ioga e com o trabalho, disse Nancy Green, gerente geral da Athleta.

“As mulheres não querem trocar de roupa cinco vezes por dia”, disse ela.

Depois de se espremerem durante anos nas calças jeans skinny, muitas mulheres estão prontas para o conforto, disse Wendy Liebmann, diretora da WSL Strategic Retail, empresa de pesquisa com sede em Nova York.

A “tendência combina com as proporções das consumidoras dos EUA”, disse ela. “Esse modelo é muito mais indulgente para a maioria das mulheres, ou para muitas delas”.

Efeito multiplicador

Novas tendências da moda, quando pegam, têm um efeito multiplicador porque as mulheres são obrigadas a comprar novos sapatos, blusas, casacos e outras peças.

Foi o que aconteceu com as calças jeans skinny, que levaram as mulheres a comprar muitas botas, inclusive Uggs, porque dá para enfiar as calças dentro delas.

Ao impulsionar as calças de corte mais folgado, os varejistas esperam convencer as mulheres a substituírem suas camisetas por blusas mais justas e estruturadas que caem bem com o visual.

Neste ano, a Bloomingdale’s está utilizando combinações coordenadas de blusas e calças para as consumidoras que não gostam de misturar as peças por conta própria. A Gap também está usando as vitrines como modelos de aprendizagem.

Vendas de roupas

Embora as vendas de roupas femininas tenham subido 1 por cento, para US$ 116,2 bilhões, nos EUA durante os 12 meses que finalizaram em junho, as vendas de calças femininas cresceram duas vezes mais rápido, para US$ 8,2 bilhões, de acordo com a NPD, com sede em Nova York.

Os modelos com caimento mais folgado têm uma grande responsabilidade nisso, disse Cohen.

Um aumento viria bem para os varejistas. Wal-Mart Stores, Target e Macy’s divulgaram resultados decepcionantes neste mês.

O relatório do Departamento de Comércio sobre as vendas do varejo em julho apresentou os números mais fracos em seis meses, prejudicados por um aumento salarial morno.

A grande questão é se as mulheres realmente estão dispostas a abandonar os jeans skinny, uma peça que demonstrou nos últimos anos uma perseverança que confundiu muitos observadores do mundo da moda.

O visual surgiu na década de 1950, quando gente como Gene Autry se espremeu nele. Mick Jagger e os Rolling Stones retomaram as calças skinny no início da década de 1960.

Os hippies reagiram com flares e bocas de sino, até que os Sex Pistols e os Ramones definiram as calças jeans apertadas como o traje a rigor dos punks suburbanos.

O visual ressurgiu na década de 1990, quando as revistas femininas começaram a enfocar mais a magreza meio de menino de Kate Moss do que as curvas de Cindy Crawford.

As calças skinny, as leggings e as jeggings (leggings que parecem de jeans) deram o ar da graça em todo lugar.

Jeans coloridos

Mais recentemente, as vendas de jeans caíram, o que prejudicou os varejistas que não estavam dispostos a se adaptar às novas tendências, disse Betty Chen, analista da Mizuho Securities USA em São Francisco.

Embora uma febre de jeans coloridos tenha levantado temporariamente os negócios, a “novidade” da tendência evaporou, disse ela.

“Até que apareça outra grande inovação estilística com os jeans eles poderiam mofar nesses níveis ou continuar sendo secundários em termos de vendas”, disse Chen.

Será difícil vender o corte folgado para algumas mulheres. Gina Girodier, que trabalha com produção de cinema e TV em Nova York, disse que o visual não combina com o corpo dela.

“Sou larga em cima e tenho pernas finas”, disse Girodier, 29. “Sempre que uso calças de corte amplo, acho que fico com uma aparência estranha”.

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