Gafisa poderá levantar até R$ 660 mi com IPO da Tenda
Faixa indicativa de preço foi definida entre 12,50 e 16,50 reais por papel para o IPO
Reuters
Publicado em 24 de novembro de 2016 às 10h55.
São Paulo - A construtora Gafisa pode levantar até 660 milhões de reais com a oferta pública inicial de ações da sua unidade voltada ao segmento de baixa renda Tenda, segundo as informações do prospecto preliminar da operação publicado nesta quinta-feira.
A faixa indicativa de preço foi definida entre 12,50 e 16,50 reais por papel para o IPO, o primeiro de uma construtora desde o da Direcional em novembro de 2009.
O IPO da Tenda será feito com venda de ações da empresa detidas pela Gafisa, que vai disponibilizar em lote inicial até 40 milhões de papéis. A oferta poderá ser acrescida de lote suplementar de até 6 milhões de ações e de lote adicional de até 8 milhões de papéis.
O IPO pode movimentar no total até 891 milhões de reais se incluídos os lotes suplementar e adicional.
Com base nas informações do prospecto, a Gafisa está avaliando a Tenda em cerca de 1,7 bilhão de reais, quase o dobro do que os analistas estimaram três meses atrás, quando surgiu a notícia de um plano de IPO para a Tenda.
O período de reserva deve ocorrer entre 30 de novembro e 9 de dezembro e a expectativa é que a precificação ocorra em 13 de dezembro. O início dos negócios com as ações no segmento Novo Mercado da BM&FBovespa está previsto para 15 de dezembro, segundo o prospecto.
A operação será coordenada por Itaú BBA, Bradesco BBI, Bank of America Merrill Lynch, BB Investimento e Banco Votorantim.
A listagem da Tenda na Bovespa permitirá a investidores tirarem vantagem de três anos de reorganização que fizeram a companhia retomar o lucro e apresentar um retorno sobre patrimônio próximo das rivais MRV Engenharia e Direcional Engenharia.
A Reuters reportou em agosto que a Gafisa avaliava que um IPO da Tenda seria mais eficaz que uma cisão para ajudar a reduzir a razão da dívida sobre capital próprio, próxima de 80 por cento.
Com a operação, a Tenda será listada na bolsa paulista pela segunda vez. A companhia deixou de fazer parte do pregão em 2009, por ter sido incorporadora à Gafisa, dois anos após sua oferta inicial de ações.
A companhia de origem mineira se apresenta como uma das maiores incorporadoras do país, com volume total de lançamentos e vendas contratadas líquidas nos últimos 12 meses de 1,3 bilhão e 1,1 bilhão de reais, respectivamente.
A empresa atua exclusivamente na incorporação e construção de residências enquadradas na faixa 2 do programa federal de habitação Minha Casa Minha Vida, que atende famílias com renda mensal de até 3,6 mil reais.