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Gafisa começa a analisar ofertas pela Alphaville

Segundo fontes, cerca de 20 interessados chegaram a olhar a Alphaville, mas três compradores restaram na disputa

A Gafisa é dona de 80% da Alphaville e está finalizando a compra da fatia restante de 20%, que pertence à Alphapar (CLAUDIO ROSSI)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - O conselho de administração da Gafisa começará a analisar na próxima semana as opções para a venda da loteadora Alphaville. O prazo para a entrega das propostas ao banco Rothschild, contratado para fazer o levantamento das opções no mercado, terminou nesta sexta-feira. A Alphaville está avaliada em cerca de R$ 1,8 bilhão.

Segundo fontes, cerca de 20 interessados chegaram a olhar a Alphaville, mas três compradores restaram na disputa: o fundo de private equity Pátria Investimentos, em parceria com o fundo Blackstone; a gestora GP Investimentos, em dupla com a Equity International, do investidor americano Sam Zell; e a gestora Hemisfério Sul Investimentos (HSI).

O caso de Sam Zell é curioso. O investidor foi acionista relevante da Gafisa até 2010, quando vendeu sua participação, pouco antes de a companhia começar a enfrentar atrasos de obras, estouros de orçamentos e cancelamentos de vendas que culminaram no prejuízo total de R$ 1,1 bilhão em 2011.

Conhecido por comprar empresas em dificuldade nos Estados Unidos, Zell chegou a cogitar a compra da problemática Tenda - braço de moradias populares do grupo -, mas o negócio acabou não se concretizando por desacordo sobre o preço. Agora, tenta voltar à Gafisa com a Alphaville, considerada um ativo de qualidade pelo mercado.

O que se comenta nos bastidores da negociação é que os potenciais compradores buscam o controle da loteadora, com interesse em aquisição de uma fatia de pelo menos 60%. A participação minoritária estaria descartada. Fontes dizem também que os candidatos à compra condicionaram as propostas à saída da Alphapar Empreendimentos e Participações da loteadora.

Negociação interna

A Gafisa é dona de 80% da Alphaville e está finalizando a compra da fatia restante de 20%, que pertence à Alphapar, fundadora da empresa de loteamentos. No entanto, as partes não chegaram a um acordo sobre o número de ações que a Gafisa deveria transferir à Alphapar como forma de pagamento pela fatia adicional.

O caso foi encaminhado para arbitragem no ano passado, e ainda não chegou a uma definição. Se a venda da Alphaville for confirmada, o pagamento pelos 20% seria feito pela Gafisa em dinheiro para a Alphapar, excluindo a antiga dona do quadro de acionistas relevantes.

A decisão pela venda da loteadora, porém, ainda não está completamente fechada. Parte do conselho de administração da Gafisa é a favor do negócio, como forma de reduzir o endividamento do grupo, enquanto uma outra parte prefere manter a loteadora e cogita uma abertura de capital no futuro.

A venda serviria para reduzir a dívida do grupo, que tem uma das mais altas alavancagens (relação entre débitos e Ebitda - lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) do setor. Procurados, nem a Gafisa nem os potenciais compradores se pronunciaram sobre o tema.

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São Paulo - O conselho de administração da Gafisa começará a analisar na próxima semana as opções para a venda da loteadora Alphaville. O prazo para a entrega das propostas ao banco Rothschild, contratado para fazer o levantamento das opções no mercado, terminou nesta sexta-feira. A Alphaville está avaliada em cerca de R$ 1,8 bilhão.

Segundo fontes, cerca de 20 interessados chegaram a olhar a Alphaville, mas três compradores restaram na disputa: o fundo de private equity Pátria Investimentos, em parceria com o fundo Blackstone; a gestora GP Investimentos, em dupla com a Equity International, do investidor americano Sam Zell; e a gestora Hemisfério Sul Investimentos (HSI).

O caso de Sam Zell é curioso. O investidor foi acionista relevante da Gafisa até 2010, quando vendeu sua participação, pouco antes de a companhia começar a enfrentar atrasos de obras, estouros de orçamentos e cancelamentos de vendas que culminaram no prejuízo total de R$ 1,1 bilhão em 2011.

Conhecido por comprar empresas em dificuldade nos Estados Unidos, Zell chegou a cogitar a compra da problemática Tenda - braço de moradias populares do grupo -, mas o negócio acabou não se concretizando por desacordo sobre o preço. Agora, tenta voltar à Gafisa com a Alphaville, considerada um ativo de qualidade pelo mercado.

O que se comenta nos bastidores da negociação é que os potenciais compradores buscam o controle da loteadora, com interesse em aquisição de uma fatia de pelo menos 60%. A participação minoritária estaria descartada. Fontes dizem também que os candidatos à compra condicionaram as propostas à saída da Alphapar Empreendimentos e Participações da loteadora.

Negociação interna

A Gafisa é dona de 80% da Alphaville e está finalizando a compra da fatia restante de 20%, que pertence à Alphapar, fundadora da empresa de loteamentos. No entanto, as partes não chegaram a um acordo sobre o número de ações que a Gafisa deveria transferir à Alphapar como forma de pagamento pela fatia adicional.

O caso foi encaminhado para arbitragem no ano passado, e ainda não chegou a uma definição. Se a venda da Alphaville for confirmada, o pagamento pelos 20% seria feito pela Gafisa em dinheiro para a Alphapar, excluindo a antiga dona do quadro de acionistas relevantes.

A decisão pela venda da loteadora, porém, ainda não está completamente fechada. Parte do conselho de administração da Gafisa é a favor do negócio, como forma de reduzir o endividamento do grupo, enquanto uma outra parte prefere manter a loteadora e cogita uma abertura de capital no futuro.

A venda serviria para reduzir a dívida do grupo, que tem uma das mais altas alavancagens (relação entre débitos e Ebitda - lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) do setor. Procurados, nem a Gafisa nem os potenciais compradores se pronunciaram sobre o tema.

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