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Fundador vai deixar JetBlue para cuidar da nova aérea brasileira

David Neeleman surpreende e decide se dedicar integralmente à "JetBlue brasileira"

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O fundador da JetBlue, David Neeleman, vai deixar a companhia aérea americana de baixo custo para se dedicar integralmente à nova empresa que deve começar a operar no Brasil em janeiro de 2009. A decisão surpreende o mercado, que esperava que Neeleman mantivesse o foco nos Estados Unidos e colocasse um de seus filhos no comando da operação brasileira. A JetBlue informou nesta quinta-feira que Neeleman não será candidato à reeleição para a presidência do conselho de administração no encontro anual de acionistas que acontecerá em 15 de maio. "Minha decisão de não me apresentar para a reeleição vai permitir que possa focar minha atenção na nova empresa brasileira", disse ele em nota.

A nova empresa aérea brasileira ainda não tem nome - será escolhido pela internet a partir de sugestões de consumidores. A empresa, entretanto, já levantou 150 milhões de dólares para iniciar as operações e acertou um contrato bilionário para a compra de até 70 aeronaves da Embraer. Entre seus sócios estão nomes de peso como o megainvestidor George Soros, Armínio Fraga (do fundo Gávea) e o bilionário Julio Bozano (terceiro maior acionista da Embraer). A "JetBlue brasileira" planeja oferecer rotas regionais, que não são muito exploradas por TAM e Gol. Neeleman promete cobrar tarifas abaixo do preço do mercado, realizar vôos com menos escalas e oferecer um serviço de bordo com importantes diferenciais sobre o de seus concorrentes. Por ter nascido em São Paulo, ele não enfrentará problemas com a legislação brasileira, que proíbe que estrangeiros controlem uma empresa aérea no país.

O fundador da JetBlue tornou-se famoso nos Estados Unidos por inovar e lucrar mesmo em momentos de dificuldade para o setor aéreo. Entre as idéias de Neeleman largamente copiadas por outras companhias está o e-ticket, a passagem aérea emitida pela internet, que economiza custos para a empresa aérea. A JetBlue também inovou ao oferecer serviços de bordo como TV ao vivo nas aeronaves e por criar fileiras de dois assentos - eliminando a desconfortável poltrona do meio.

Neeleman também é conhecido por tentar humanizar o serviço aéreo, trabalhando ele mesmo como comissário de bordo em alguns vôos para ouvir sugestões dos clientes e pensar em melhorias nos serviços. Quando a empresa enfrentou uma crise por atrasar centenas de vôos devido a uma nevasca em Nova York, Neeleman foi a diversos programas de TV e publicou anúncios em que pedia pessoalmente desculpas aos clientes.

A JetBlue foi fundada em 1998 com um capital de 130 milhões de dólares. Após registrar lucros em seus anos iniciais e conseguir ganhos mesmo em anos como 2001 - marcado pelos atentados de 11 de Setembro -, a JetBlue passou por um momento de reestruturação e voltou ao azul no ano passado. Mesmo com os altos preços do petróleo, a empresa tem sido capaz de apresentar bons resultados com foco em vôos domésticos e serviços diferenciados.

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