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Funcionários do Uber relatam guerras por poder e assédio, diz NYT

Reportagem foi divulgada depois que uma ex-funcionária escreveu um relato extenso sobre assédio sexual que teria sofrido na companhia

Uber: presidente da empresa instaurou uma investigação interna sobre as alegações (Oli Scarff/Getty Images)

Karin Salomão

Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 16h47.

Última atualização em 23 de fevereiro de 2017 às 17h25.

São Paulo - Assédios morais e sexuais, competição entre colegas e guerras para subir na carreira são algumas das queixas relatadas por colaboradores do Uber . Em uma reportagem do New York Times, mais de 30 funcionários que preferiram não se identificar relataram uma cultura agressiva e caótica.

Um dos funcionários teria apalpado uma colega, outro teria xingado um colega com expressões homofóbicas e outro ameaçou um subordinado com um taco de baseball.

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A reportagem foi divulgada na mesma semana em que uma ex-funcionária da empresa do Vale do Silício escreveu um relato extenso sobre o período em que trabalhou na companhia.

Em um post, a engenheira Susan Fowler, que deixou a empresa em dezembro, afirmou que foi vítima de assédios sexuais por parte de seus colegas, assim como outras funcionárias da mesma divisão.

Um de seus gerentes teria se insinuado sexualmente a ela - e Fowler prontamente tirou uma cópia da conversa e enviou ao departamento de recursos humanos do Uber.

Segundo Fowler, ao passar essas reclamações para o RH, ela não só deixou de receber o amparo necessário como também foi impedida de avançar na carreira.

De acordo com ela, o departamento teria desmentido que ela e outras funcionárias tenham aberto reclamações de assédio sexual e inclusive modificou suas avaliações de performance.

As brigas pelo poder eram claras e constantes, diz a engenheira. "Parecia que cada gerente estava lutando contra seus colegas e tentando minar seus superiores diretos, para que pudessem ter o cargo dos chefes", disse Fowler.

Apuração interna

Depois da publicação do texto, o presidente-executivo da Uber Technologies, Travis Kalanick, ordenou uma investigação sobre as alegações de assédio sexual.

O ex-procurador geral Eric H. Holder Jr. e Arianna Huffington, que faz parte do conselho de administração da companhia, estão na equipe de investigação.

Segundo a publicação, o presidente também chamou todos os funcionários para uma reunião de 90 minutos, em que ele teria respondido perguntas e ouvido histórias semelhantes.

"O que eu posso prometer a vocês é que eu irei melhorar a cada dia", ele teria dito. "Eu posso dizer que estou totalmente dedicado a chegar ao fundo disso".

“Nós procuramos fazer da Uber um local de trabalho justo e não pode haver absolutamente nenhum lugar para esse tipo de comportamento – e qualquer um que se comporte assim ou pensa que isso está OK será demitido”, disse Kalanick no domingo.

Em um comunicado , Arianna Huffington afirmou que ela, Kalanick e Liane Hornsey, diretora de recursos humanos recém contratada pela empresa, discutiram longamente sobre diversidade e a posição da mulher no mercado de trabalho.

"Travis [Kalanick] falou honestamente sobre os erros que cometeu e como ele quer usar os recentes acontecimentos para construir um Uber melhor", afirmou ela. "Mudanças normalmente não ocorrem sem um catalisador. Espero que, ao tomar tempo para entender o que aconteceu de errado e consertar a situação, nós possamos não só melhorar o Uber mas a situação das mulheres na indústria".

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