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Ford unirá linhas de produção para cortar ociosidade

Ford vai unir mão de obra das linhas de produção de automóveis e de caminhões em São Bernardo do Campo, em São Paulo


	Fábrica da Ford em São Bernardo: união de mão de obra para produção de carros e caminhões vai gerar excedente de 850 funcionários
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Fábrica da Ford em São Bernardo: união de mão de obra para produção de carros e caminhões vai gerar excedente de 850 funcionários (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2016 às 09h21.

São Paulo - Em razão da alta ociosidade de suas fábricas, a Ford fará uma sinergia na mão de obra das linhas de produção de automóveis e de caminhões em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, que sempre operaram com equipes independentes.

Com a junção de atividades, a empresa alega que ficará com 850 trabalhadores excedentes, de um total de 4,5 mil.

Segundo a companhia, com a otimização e sinergia da mão de obra o mesmo grupo de empregados irá trabalhar nas duas linhas em dias alternados.

Para evitar demissões aleatórias, a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC acertaram acordo que prevê abertura de um programa de demissão voluntária (PDV) para 400 trabalhadores (300 da produção e 100 do administrativo), voltado principalmente para funcionários já aposentados.

Os outros 450 excedentes terão os contratos suspensos, no chamado lay-off, por período inicial de cinco meses, mas com possibilidade de prorrogação. Nesse programa, parte dos salários é paga pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Outra medida aprovada em assembleia de trabalhadores nesta terça-feira, 28, é a prorrogação, por três meses, do Programa de Proteção ao Emprego para cerca de 3 mil operários. O PPE, adotado em janeiro, venceria amanhã. O programa permite a redução de jornada e salários - cuja parcela também é bancada pelo FAT.

De julho a setembro, os funcionários dos setores de carros (atualmente a fábrica produz apenas o Fiesta) e de caminhões passarão por treinamento para atuar nas duas linhas.

"Foi um processo longo de quase três meses de negociação. Com o acordo conseguimos tirar o fantasma das demissões sumárias que pairava sobre a fábrica", disse, em nota, o presidente do sindicato, Rafael Marques. Inicialmente, a entidade foi informada de que a fábrica teria 1.110 excedentes.

"O acordo vai dar conta de gerir o excedente nesse cenário de crise econômica, que tem impactado profundamente o setor automotivo, preservando os empregos e abrindo espaço para a discussão do futuro da planta", afirmou Marques.

A Ford informou, também por meio de nota, que as medidas serão adotadas "em razão da contínua deterioração das condições de negócios e consequente redução dos volumes de vendas e produção".

Mercado em queda

As vendas totais de caminhões caíram 31,2% de janeiro a maio ante igual período de 2015, para 21,3 mil unidades. As de automóveis e comerciais leves tiveram recuo de 26,4%, para 785,6 mil unidades, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

A Ford é a segunda montadora a anunciar que não vai renovar o PPE, nesse caso a partir de outubro. A Mercedes-Benz, outra fabricante de caminhões no ABC paulista, suspendeu o programa no fim de maio, após nove meses de adesão.

Como afirma ter 2 mil funcionários excedentes (20% do seu efetivo), a empresa abriu um PDV e mantém 1,8 mil trabalhadores em licença remunerada.

Segundo a Anfavea, até o fim de maio o setor contabilizava 6 mil funcionários em lay-off e 29,6 mil no PPE, trabalhando um dia a menos por semana.

Chery

Nesta terça-feira, a montadora chinesa Chery e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos confirmaram acordo anunciado na semana passada de lay-off por cinco meses para 180 dos 400 funcionários da fábrica de Jacareí (SP).

A partir de segunda-feira, dia 4, toda a produção será suspensa até início de dezembro. Permanecerão na fábrica apenas funcionários dos setores de administração e manutenção.

Além de estoques suficientes dos dois modelos fabricados na unidade, o Celer e o QQ, a empresa alega necessidade de preparar a linha de montagem para o início da produção do utilitário-esportivo Tiggo, hoje importado do Uruguai.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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