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Ford sai, Renault fica: Números mostram o que esperar do setor automotivo

Anfavea divulga dados de produção e licenciamento de veículos no primeiro bimestre de 2021

Fábrica da Renault: montadora anunciou investimento de 1,1 bilhão de reais no Brasil em meio a cenário incerto (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Fábrica da Renault: montadora anunciou investimento de 1,1 bilhão de reais no Brasil em meio a cenário incerto (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 5 de março de 2021 às 06h00.

Última atualização em 6 de março de 2021 às 11h18.

A Anfavea divulga nesta sexta-feira dados da indústria automobilística do primeiro bimestre de 2021. Apesar de uma possível retomada das vendas de veículos, a expectativa é de que o os números indiquem um cenário ainda nebuloso. Após queda de 31,6% na produção em 2020, o setor ainda deve ter um ano de 2021 difícil, com recuperação do patamar de 2019 prevista somente para 2022.

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A estimativa da própria Anfavea é de que o setor tenha aumento de 15% no licenciamento de veículos, 9% nas exportações e 25% na produção, índices insuficientes para a retomada a patamares de 2019. Cabe lembrar que a estimativa foi divulgada no início de janeiro, antes que o cenário de agravamento da pandemia no país se desenhasse com mais clareza.

Em 2020, as vendas ao mercado interno fecharam com 2 milhões de unidades, queda de 26,2% ante os números de 2019, recuando ao patamar de 2016, auge da última crise econômica brasileira. Já a produção foi de 2 milhões de unidades, queda de 31,6% em relação a 2019.

Não à toa, nem bem 2021 começou e a montadora americana Ford anunciou o fechamento de suas três fábricas no Brasil, com a demissão de cerca de 5 mil funcionários no país.

"A Ford encerrará a produção à medida em que a pandemia de covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e da redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas", disse a montadora em nota à época.

A Mercedes-Benz já havia anunciado em dezembro o encerramento da produção de automóveis de luxo na fábrica de Iracemápolis, no interior de São Paulo.

O fechamento de fábricas trouxe à tona novamente as discussões sobre o incentivos concedidos à indústria automotiva no país. De um lado, as montadoras voltaram a ser criticadas por terem recebido incentivos fiscais nos últimos anos. Do outro, representantes do setor dizem que o cenário poderia ser diferente se o Brasil tivesse reduzido a burocracia e a carga tributária.

 

 

A aposta da Renault

Ainda que o quadro não seja dos melhores, há quem veja oportunidades pela frente. A montadora francesa Renault anunciou no início da semana um investimento de curto prazo no Brasil de 1,1 bilhão de reais até o primeiro semestre de 2022. Os recurso serão usados no complexo fabril da montadora no Paraná.

Os recursos sinalizam que a Renault quer aproveitar o espaço deixado pelas montadores que saíram do país para crescer. Os recursos serão aplicados em renovação de produtos e no lançamento de um novo motor turbo no mercado brasileiro. A companhia afirmou que vai fazer cinco lançamentos de produtos até meados de 2022, incluindo dois veículos elétricos no país.

Os números apresentados hoje pela Anfavea vão indicar quanto tempo a montadora vai levar para se beneficiar da aposta em um mercado em dificuldades.

 

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