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Fogo de Chão voltará a investir no Brasil, após sucesso nos EUA

Rede de churrascarias tem a maioria de seus restaurantes no mercado americano, mas reformará restaurantes brasileiros e abrirá mais unidades por aqui

Unidade da Fogo de Chão: novas unidades com investimento milionário (André Moratti/Fogo de Chão/Divulgação)

Unidade da Fogo de Chão: novas unidades com investimento milionário (André Moratti/Fogo de Chão/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 17 de outubro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 17 de outubro de 2019 às 11h09.

Apesar de especializada em técnicas sulistas de preparo de churrasco, a Fogo de Chão vê no mercado americano seu maior sucesso. São mais de 40 unidades americanas, ante oito brasileiras. Mas a situação pode começar a se inverter: a rede voltará a expandir no mercado brasileiro. “Após 40 anos de história, temos uma marca relevante e sustentável espalhada pelo mundo. Continuamos a crescer em diversos países e estamos felizes em retornar ao Brasil”, afirmou Barry McGowan, diretor executivo da Fogo de Chão, a EXAME.

Uma unidade localizada no bairro paulistano dos Jardins foi recentemente reformada e reinaugurada. A sala de espera deu lugar a um bar, com preços especiais e bebidas para o momento de happy hour. Entre o bar e as mesas há um dry age cabinet, refrigerador para cortes nobres expostos aos clientes. O cardápio conta mesa de saladas e frutos do mar, para agradar os não aficionados por carne vermelha.

O novo modelo de restaurante será replicado nas outras unidades da Fogo de Chão, com um investimento inicial de três a cinco milhões de reais. Os recursos virão do próprio caixa da empresa. Por aqui, são cinco restaurantes em São Paulo e outros três no Rio de Janeiro a serem renovados até o final de 2020.

A saída da Fogo de Chão dos mercados públicos, em fevereiro de 2018, possibilitou a volta ao Brasil. “Devíamos explicações constantes de crescimento aos nossos investidores, que questionavam apostar em um país de turbulências econômicas e políticas”, diz McGowan. “Mas entendo que o mercado brasileiro é importante e estamos com nossa estratégia alinhada.”

A rede de churrascarias planeja abrir dois restaurantes por ano nacionalmente a partir de 2021. A região Sul é o principal alvo da expansão brasileiro, junto da chegada aos vizinhos Argentina, Chile e Colômbia. O Panamá também está na lista de próximas aberturas.

Barry McGowan, diretor da Fogo de Chão

Barry McGowan, diretor executivo da Fogo de Chão (Fogo de Chão/Divulgação)

Fogo de Chão, criação e números

A Fogo de Chão foi criada em 1979, com um restaurante em Porto Alegre (Rio Grande do Sul). A rede chegou aos Estados Unidos 18 anos depois, em 1997, com um restaurante em Dallas (Texas). 

A ideia dos gaúchos encontrou uma similaridade cultural no estado do Texas, segundo McGowan. Com a marca reconhecida no estado, a Fogo de Chão conseguiu expandir para estados culturalmente mais distantes do campo e do churrasco, como Califórnia, Illinois, Kansas e Nova York. A marca tem 53 restaurantes hoje em países como Brasil, Estados Unidos e México e na região do Oriente Médio. 

Em 2017, a Fogo de Chão faturou mais de 300 milhões de dólares. A margem de lucro de cada restaurante ronda os 30%. A rede foi vendida por 560 milhões de dólares para o fundo de private equity Rhone Capital em fevereiro de 2018 e não divulga números de faturamento atualizados.

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