Fiat Uno perde versões e só resta opção de entrada. É o começo do fim?
Modelo está à venda no Brasil há quase 40 anos, mas agora sobrevive com vendas diretas
Gabriel Aguiar
Publicado em 15 de maio de 2021 às 07h00.
Para bom entendedor, meio corte basta: o Fiat Uno perdeu três versões neste mês e, agora, é vendido somente na opção de entrada – por 57.995 reais. E assim começa a despedida do modelo, que só teve 10.042 emplacamentos no acumulado até o mês de abril. Por outro lado, Argo e Mobi tiveram o dobro de negócios fechados no mesmo período ( e se saíram melhor para o varejo ).
Esquecido como coadjuvante em uma categoria que ajudou a consolidar há quase 40 anos, o veterano está na segunda geração, apresentada por aqui em 2010. Por enquanto, a salvação têm sido as vendas diretas, que representaram 96,3% dos emplacamentos deste janeiro. Mas, o problema, é que esse tipo de negociação deixa pouca margem de lucro para o fabricante e as revendas.
Para efeito de comparação, o Volkswagen Gol, que também já consta entre os “experientes” do setor, vendeu 25.433 unidades no primeiro quadrimestre. Esse resultado foi suficiente para garantir a quinta posição no mercado brasileiro, bem à frente do Uno, que acabou somente como 23º no acumulado. E, no caso do rival bem-sucedido, as vendas diretas representam 69,8% do total.
Na lista de equipamentos de série, o modelo da Fiat oferece ar-condicionado, direção hidráulica, vidros dianteiros e travas elétricas, computador de bordo, banco traseiro bipartido e aviso sonoro para uso do cinto de segurança. Já o motor é 4-cilindros 1.0 bicombustível (etanol e gasolina) com médias de 11 km/l na cidade e 13,4 km/l na estrada, afirma o Inmetro, com o derivado de petróleo.
Por outro lado, o subcompacto Mobi continua em crescimento e, no mês de abril, ficou atrás apenas da líder Strada – garantido o topo da tabela entre os automóveis. Em comum, os hatches dividem plataforma e diferentes componentes, como é o caso da estrutura das portas e dos vidros dianteiros. Só que irmão menor e mais novo foi desenvolvido para reduzir custo, se tornando mais viável.
Procurado, o fabricante afirma que reduziu “a complexidade da gama” por conta do bom desempenho das versões aventureiras Argo Trekking e Mobi Trekking. Mas, ainda assim, garantiu que o Uno continua sendo produzido no Polo Automotivo de Betim (MG).
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