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Fenômeno no Brasil, rede americana Outback está à venda

"É o tempo certo para explorar alternativas estratégicas para maximizar o valor para nossos acionistas”, disse o presidente há alguns meses

Outback: As vendas na operação brasileira cresceram 11,2% no trimestre (Outback/Divulgação)

Outback: As vendas na operação brasileira cresceram 11,2% no trimestre (Outback/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2019 às 13h30.

Última atualização em 10 de dezembro de 2019 às 14h30.

A dona da rede de alimentação casual dining Outback Steakehouse está em busca de compradores. A Bloomin’ Brands, que controla quase 1.500 restaurantes em todo o mundo, tem vendas praticamente estáveis há alguns anos e começou a procurar alternativas para seu negócio, incluindo a venda da companhia e de suas subsidiárias. 

O banco americano Bank of America Merrill Lynch foi contratado pela matriz americana há cerca de três meses para buscar interessados.

Nos Estados Unidos, a companhia tem 1.222 lojas de quatro marcas: Outback Steakhouse, Carrabba's Italian Grill, Bonefish Grill e Fleming’s Prime Steakhouse & Wine Bar. Já internacionalmente, são 245 unidades, sendo 97 restaurantes brasileiros.

No Brasil, a companhia atua com as marcas Outback Steakhouse, Abbraccio e Fleming's e tem no país suas maiores unidades.

EXAME confirmou que a rede de restaurantes IMC, dona do Frango Assado, e a rede especializada em hambúrgueres Madero estão entre os interessadas na operação brasileira.

A IMC quase foi adquirida no fim do ano passado pelo grupo de restaurantes corporativos Sapore, e está num processo de reestruturação. O Madero recebeu em janeiro um aporte de 700 milhões de reais do fundo de investimentos Carlyle, mas precisaria de um aumento de capital para levar a operação adiante.

A operação brasileira do Outback é uma das joias da coroa do grupo americano, com nove das dez lojas de maior faturamento no mundo. Além disso, consegue atrair por aqui um público de maior poder aquisitivo que a média da rede, com restaurantes que atraem de happy hour e almoços de executivos a famílias em fins de semana. Mas, tanto aqui quanto lá fora, segundo EXAME apurou, a rede sofre com margens baixas num mercado de concorrência crescente. 

“Acreditamos que o atual preço das ações não reflete o valor da companhia. É por isso que é o tempo certo para explorar alternativas estratégicas que têm o potencial para maximizar o valor para nossos acionistas”, disse o presidente da empresa, David Deno, na divulgação dos resultados trimestrais, em novembro.Entre essas opções, está a venda da companhia. A Bloomin' Brands tem valor de mercado de 1,9 bilhão de dólares. 

Procurada, a Bloomin’ Brands afirmou que a negociação não se trata especificamente das operações brasileiras, mas sim que busca opções para a empresa como um todo. 

“Em 6 de novembro de 2019, o CEO da Bloomin’ Brands, David Deno, anunciou que contratou o BofAmerica Security para explorar opções estratégicas e avaliar alternativas para a empresa Bloomin’ Brands como um todo. Não se trata especificamente das participações da empresa no Brasil, mas de todo o Grupo”, diz a empresa em comunicado enviado à imprensa. 

“Continuamos comprometidos com os nossos negócios em território brasileiro e estamos muito satisfeitos com o nosso desempenho. O Outback é uma marca forte e popular com potencial de crescimento ainda maior”, diz o comunicado.

No acumulado do ano até setembro, as vendas globais da empresa foram de 3,1 bilhões de dólares, praticamente estável em relação ao ano passado. 

A maior parte, 2,78 bilhões de dólares, vem da operação norte-americana. No terceiro trimestre do ano, as vendas em mesmos restaurantes em todas as marcas caíram 0,2% no país.

Já as operações internacionais são menores, com apenas 340 milhões de dólares de receita, mas apresentam um crescimento mais acelerado e margens melhores, de 9,2% no acumulado do ano. As vendas na operação brasileira cresceram 11,2% no trimestre. De acordo com o jornal Valor Econômico, todas as marcas no Brasil venderam 1,4 bilhão de reais em 2018.

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