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Faturamento da Siemens Brasil cresce 27%

Setor de telecomunicações foi o principal responsável pelo desempenho "histórico", segundo o presidente da companhia, Adilson Primo

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A companhia encerrou o ano fiscal 2003/2004 (de outubro a setembro) com uma receita líquida de 6 bilhões de reais, 27% maior que os 4,7 bilhões obtidos no ano anterior. O resultado foi sustentado, sobretudo, pelo setor de telecomunicações e informação, que respondeu por 56% do faturamento. "Este foi um ano memorável para a empresa no país", afirma o presidente Adilson Primo.

Além do incremento das receitas, outros indicadores mostraram-se positivos, segundo ele. As exportações subiram 150% no período e alcançaram 620,5 milhões de reais. A transformação da fábrica de Curitiba em base mundial de exportação de plataformas de comunicação, como terminais de PABX, e da unidade de Manaus em pólo exportador de aparelhos celulares contribuíram para o resultado. Diante da falta de investimentos no setor elétrico brasileiro em geração, a exportação de transformadores para os Estados Unidos e América Latina também ajudou a elevar as vendas no exterior.

Durante o exercício fiscal 2003/2004, a companhia também registrou a entrada de 6 bilhões de reais em pedidos. A cifra é 45% maior que os 4,2 bilhões do ano anterior. "É uma marca fantástica", diz Primo. Desse total, o executivo estima que cerca de 70% tenha se transformado em faturamento já nesse ano. O restante refere-se a contratos de fornecimento de longo prazo, cuja contabilização ocorrerá nos próximos anos. Assim como no caso das receitas, o setor de telecomunicações e informação foi o que mais gerou pedidos, representando 55% da carteira.

Lucro e investimentos

O lucro líquido da companhia, após os impostos, subiu 17% e somou 204,4 milhões de reais. Segundo Primo, a taxa de crescimento do lucro não acompanhou a da receita por três motivos. O primeiro é que o faturamento da Siemens Brasil é composto pelas vendas dos produtos fabricados localmente e pela comissão recebida pela subsidiária brasileira por intermediar a importação de equipamentos de outras unidades do grupo chamado pela Siemens de faturamento direto. "Essas operações têm margens diferentes e afetam o resultado final", afirma. Dos 6 bilhões de reais faturados, 4,5 bilhões refere-se a vendas de produção local, e 1,4 bilhão ao faturamento direto.

O segundo motivo é que mesmo os segmentos de negócios nos quais a Siemens mantém produção local divergem em relação às margens. É o caso da produção de aparelhos celulares. Mundialmente, a fabricação de celulares ainda é um negócio deficitário para a empresa alemã e alguns analistas recomendam até mesmo que a companhia saia do ramo. "No Brasil, é o contrário: nossa produção é rentável e a prestação de serviços também", diz Primo. Apesar disso, a grande concorrência no mercado de telefonia móvel brasileira reduziu a margem do negócio. "São cerca de 15 fabricantes concorrendo localmente", afirma.

A última razão foi o aumento de 47% no volume de investimentos no último exercício, atingindo 223,4 milhões de reais. Além de aumentar a produção da planta de Manaus, a companhia também adquiriu outros negócios, como a Iriel Indústria de Sistemas Elétricos e parte da Lorenzetti.

Expectativas

A Siemens Brasil aguarda um incremento de 20% nas receitas para o período 2004/2005. Primo observa, porém, que a previsão pode ser revista no início do próximo ano, em função de mudanças no cenário macroeconômico e do desempenho dos diversos setores em que a companhia atua.
O mercado de celulares, por exemplo, já começou o primeiro trimestre do novo exercício fiscal (outubro a dezembro de 2004) em alta. O total de celulares vendidos nesses três meses deve ser 30% maior que o de igual período do ano passado. Somente no período do Natal, o volume de vendas deve superar em 20% as projeções iniciais da empresa.

Mas a preponderância do setor de telecomunicações não agrada totalmente a diretoria da empresa no país. "Essa unidade está com um peso desproporcional em relação às outras", diz Primo. No faturamento mundial da Siemens, essa área representa de 25% a 30%, contra os 56% no Brasil. "Queremos um maior equilíbrio com os setores de energia e industrial", afirma. Alcançá-lo, porém, não depende apenas dos esforços da empresa. "Esse desequilíbrio reflete também a falta de investimentos do Brasil em infra-estrutura", afirma Primo.

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