Apesar de os efeitos da crise internacional, que abalou o consumo também no Brasil, ainda se fazerem presentes nos números de várias companhias, a Souza Cruz conseguiu escapar dos impactos negativos. Seu lucro no primeiro trimestre cresceu para 443,3 milhões de reais, um pulo de 68,9% frente ao apresentado no mesmo período do ano passado.

Com os resultados acima das expectativas, a corretora Fator trocou sua recomendação de manter para outperform (desempenho acima da média do mercado) aos papéis da empresa e colocou o preço-alvo para o fim de 2009 em revisão. Nesta sessão, as ordinárias (CRUZ3) subiam 0,39% às 14h29, negociadas a 48,09 reais.

O lucro da Souza Cruz foi justificado pelos analistas com a forte geração de caixa no período, resultado de um aumento no preço do tabaco exportado, controle de gastos e custos de produção. A receita também avançou 24,6% na base de comparação anual, devido à elevação dos preços das vendas de cigarros no mercado interno.

"A companhia se mostrou ser resistente à crise econômica e sua baixa dependência de crédito, juntamente com a depreciação do cambio estrangeiro, trouxe um forte crescimento na receita no primeiro trimestre", afirmou.

Porém, um aumento ainda maior nos preços é esperado, graças a medidas governamentais que aumentam os impostos sobre o cigarro, o que deve impactar negativamente as vendas nos próximos trimestres. A Fator espera que tais efeitos, contudo, sejam limitados, uma vez que a companhia já mostrou no passado sua capacidade de recompor margens.