Fatal Model nega abertura de capital: "sem qualquer tipo de intenção de oferta pública por ora"
Apesar da negativa, empresa diz que tem sido sondada por investores e instituições financeiras interessadas em participar do negócio
Repórter de Negócios
Publicado em 26 de janeiro de 2024 às 16h53.
Última atualização em 26 de janeiro de 2024 às 18h15.
Nos últimos dias, a revelação de um pitch deck da Fatal Model para a captação de R$ 50 milhões, com cotas a partir de R$ 5 milhões, movimentou as redes sociais. As mentes mais criativas foram longe e começaram a pensar em potenciais tickers - os códigos que representam as empresas na bolsa de valores. Impublicáveis.
Procurada pela EXAME, a plataforma de acompanhantes negou a abertura de capital. “Diante dos rumores acerca da possibilidade de IPO na bolsa de valores, comunicamos que o Fatal Model é uma empresa privada nacional constituída sob o formato de ‘responsabilidade limitada’, sem qualquer tipo de intenção de oferta pública por ora”, afirmou em nota. Veja a íntegra no fim do texto.
Como a estratégia da Fatal para se destacar no mercado
A empresa foi criada em 2016, em Pelotas, cidade do Rio Grande do Sul, e tem ganhado nos últimos dois anos após iniciar uma estratégia de patrocínio a clubes e campeonatos de futebol.
Em 2023, terminou como a marca com o maior número de patrocínios a clubes da série B, oito no total. No ano, a empresa investiu R$ 10 milhões em marketing esportivo e calcula um retorno em mídia espontânea em mais de R$ 30 milhões, com toda a repercussão gerada com os anúncios.
Este ano, fechou a renovação como campeonato carioca e anunciou patrocínio inédito ao gauchão. Entre os clubes, tem acordos com Ipatinga, Tombense, Patrocinense e Uberlândia, todos de Minas Gerais; Ponte Preta, de São Paulo; e Vitória, da Bahia.
Quanto a empresa tem crescido
Com o clube nordestino, negocia também o naming rights do estádio Barradão. Na proposta inicial, a Fatal Model ofereceu o pagamento de R$ 100 milhões pelo uso do nome Arena Fatal Model Barradão por um período de 10 anos.
Antes da entrada no futebol, a marca patrocinava podcasts, como o Inteligência Ltda e o Flow.A mudança nas ações de maketing ajudou a angariar um novo público.
Dados da SemRush mostram que o tráfego no site aumentou em 43%, saindo de uma média mensal de 43,6 milhões para 62,2 milhões de visitas.
Com todas essas movimentações, quem mais cresceu foi o faturamento da empresa, 124% de um ano para o outro. A empresa pulou para uma receita de 85 milhões de reais em 2023. Em 2024, prevê superar a barreira dos R$ 100 milhões pela primeira vez.
Apesar de comunicar que a abertura de capital não está no horizonte, a empresa informou que tem recebido sondagens por pessoas interessadas em investir no negócio. "...temos sido abordados por instituições financeiras de primeira linha, investidores privados e outros agentes interessados em participar de nossa jornada de sucesso".
Quem comanda a Fatal Model
O rosto mais conhecido da Fatal é da Nina Sag, acompanhante, diretora de comunicação, porta-voz da empresa, mas a plataforma foi criada por outros três profissionais. Como atuam em outros mercados, o trio evita aparecer na linha de frente do negócio.
Em bancos de dados sobre empresas, aparece o nome de Jean Felipe Garcia Quadro. Ele também é cofundador da Atlas Tecnhologies, startup criada com Marcelo Goebel Machado em 2016 e dedicada ao mercado de desenvolvimento de softwares.
No Linkedin, Quadro se apresenta como cofundador da Melhor Envio, empresa aberta em 2015 e vendida para a Locaweb em 2020 pelo valor de R$ 83 milhões.
O profissional ainda está ligado ao ecossistema de inovação, com presença em redes como a aceleradora Wow, Bossa Nova Invest e Ace Startups.
Comunicado da Fatal Model:
"Diante dos rumores acerca da possibilidade de IPO na bolsa de valores, comunicamos que o Fatal Model é uma empresa privada nacional constituída sob o formato de “responsabilidade limitada”, sem qualquer tipo de intenção de oferta pública por ora.
Com o crescimento expressivo do Fatal Model no último ano, impulsionado principalmente pelas estratégias de marketing no mundo do futebol, temos sido abordados por instituições financeiras de primeira linha, investidores privados e outros agentes interessados em participar de nossa jornada de sucesso.
Nosso sucesso nos motiva a fortalecer ainda mais nossa presença no mercado e a consolidação de parcerias duradouras, além de ampliar o conhecimento da sociedade em relação aos valores da plataforma: Respeito, Segurança e Dignidade para os profissionais do mercado de acompanhantes."