Negócios

Exportação faz lucro da Marfrig saltar quase 7 vezes no 3º trimestre

Maior produtora global de hambúrgueres reportou lucro líquido de R$ 674 milhões entre julho e setembro, ante 100 milhões em igual etapa de 2019

Marfrig (Paulo Whitaker/Reuters)

Marfrig (Paulo Whitaker/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 11 de novembro de 2020 às 19h39.

A Marfrig viu seu lucro crescer quase sete vezes no terceiro trimestre, com impulso das exportações para mercados como China, Hong Kong e Estados Unidos, refletindo também a desvalorização do real frente ao dólar.

    Maior produtora global de hambúrgueres, a Marfrig reportou nesta quarta-feira lucro líquido de 674 milhões de reais entre julho e setembro, ante 100 milhões em igual etapa de 2019.

    O resultado operacional da companhia medido pelo lucro antes de impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de 2,2 bilhões de reais, em linha com o esperado por analistas, segundo a Refinitiv. O valor representa um crescimento de 47% ano a ano e uma margem de 13%.

    Numa mão, a Operação América do Norte, que representa dois terços da receitas líquidas e 77% do Ebitda totais, teve recuperação dos volumes, disse a companhia, com o preço da carne bovina voltando a patamares considerados normais e a operação das empresas do setor retomando níveis de antes da Covid-19.

    "Neste trimestre, vimos as consequências da pandemia perderem força no mercado", diz Tim Klein, presidente da Operação América do Norte da Marfrig.

    Já a operação da América do Sul, apoiada num aumento de 19,3% do volume exportado, para 138 mil toneladas, e de maiores receitas em dólares dada a depreciação de 35% do real, teve receita líquida de 4,8 bilhões de reais, alta anual de 26,3%. As exportações responderam por 62% das receitas totais da operação, alta anual de 11 pontos percentuais, com maiores vendas inclusive para os Estados Unidos.

    Com maior demanda no exterior pelos produtos de maior valor, a Marfrig concentrou os mais populares no mercado brasileiro, que teve mais saída apoiada em parte pela distribuição do auxílio emergencial do governo.

    "O coronavoucher deu poder de compra para produtos de tíquete menor", afirmou o diretor presidente da Marfrig, Miguel Gularte. "Foi uma conjunção positiva dos astros".

    Segundo o executivo, mesmo que o "coronavoucher" não seja mantido em 2021, a Marfrig ampliou sua flexibilidade para redirecionar maiores volumes de produtos para regiões que tiverem melhores condições de mercado.

    A Marfrig teve ainda redução do custo financeiro, refletindo em parte a redução da alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, para 1,68 vez, ante 1,79 vez no fim de junho.

    Segundo o presidente da Operação da Marfrig na América do Norte, Tim Klein, a companhia avalia que a eleição de Joe Biden nos Estados Unidos não deve ter grande impacto sobre os negócios da empresa, que também está pronta para reajustar suas operações diante de um possível ressurgimento do coronavírus no país.

    Acompanhe tudo sobre:BalançosFrigoríficosLucroMarfrig

    Mais de Negócios

    Azeite a R$ 9, TV a R$ 550: a lógica dos descontaços do Magalu na Black Friday

    20 frases inspiradoras de bilionários que vão mudar sua forma de pensar nos negócios

    “Reputação é o que dizem quando você não está na sala”, reflete CEO da FSB Holding

    EXAME vence premiação de melhor revista e mantém hegemonia no jornalismo econômico