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Exportação de soja superará processamento pela 1ª vez

Indústrias reclamam da carga tributária sobre a atividade de esmagamento da soja

As exportações brasileiras na temporada atual deverão crescer alguns milhões de toneladas em relação ao período anterior, com o Brasil na liderança mundial no ranking dos exportadores (Paulo Whitaker/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2013 às 16h31.

São Paulo - As exportações de soja em grão do Brasil na atual temporada devem superar pela primeira vez o volume processado pelas indústrias, que reclamam da carga tributária sobre a atividade de esmagamento, disse nesta quinta-feira a entidade que representa as empresas do setor.

A exportação brasileira de soja no ano comercial de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014 será de 39 milhões de toneladas, contra um processamento de 37,2 milhões de toneladas, mostrou um relatório da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

Em abril, a Abiove havia estimado exportações de 38,2 milhões de toneladas e processamento 38,3 milhões no mesmo período.

As exportações brasileiras na temporada atual, após uma colheita recorde, deverão crescer alguns milhões de toneladas em relação ao período anterior, com o Brasil assumindo a liderança mundial no ranking dos exportadores.

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) já aponta o Brasil como principal exportador de soja do mundo tanto no ano-safra 2012/13, que está praticamente encerrado, quanto na próxima temporada --que deverá ver um aumento de área plantada no Brasil mas também uma recuperação da produtividade norte-americana, após uma forte seca.

O USDA projeta exportações de 37,9 milhões de toneladas do Brasil e de 36,2 milhões dos EUA em 2012/13, com essa diferença crescendo em 2013/14, quando o Brasil deverá exportar 41,5 milhões de toneladas e os EUA 39,46 milhões.

O secretário-geral da Abiove afirmou que há um "caos tributário" incidindo sobre o processamento de soja, enquanto as exportações são desoneradas.

"Hoje o Brasil tem uma política para exportação de matéria-prima de desoneração total, o que ao nosso ver está correto, para não perdermos competitividade. A parte das indústrias ainda não foi desonerada. Temos problemas de acúmulo de crédito de ICMS, PIS/Cofins", disse Fábio Trigueirinho à Reuters.

Segundo ele, um dos impactos deste movimento de priorização das exportações é uma crescente ociosidade das plantas industriais de esmagamento, com estagnação nos investimentos.


"Isso vai elevar um pouco o custo do processamento. Não vai fazer novos investimentos. Vai focar no trading", disse ele, explicando que, com um menor processamento, há menos atividade nas indústrias para diluir os custos de investimento e obter retorno sobre o capital aplicado.

A ociosidade das indústrias brasileiras de soja está ao redor de 30 %, segundo a Abiove.

Safra e estoques

A Abiove também reduziu sua previsão para a colheita de soja recém encerrada no país, para 81,6 milhões de toneladas, ante 82,1 milhões na projeção de abril.

A estimativa para os estoques finais no ano comercial 2013/14 foi reduzida para 2,846 milhões de toneladas, contra 3,4 milhões de toneladas em abril.

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São Paulo - As exportações de soja em grão do Brasil na atual temporada devem superar pela primeira vez o volume processado pelas indústrias, que reclamam da carga tributária sobre a atividade de esmagamento, disse nesta quinta-feira a entidade que representa as empresas do setor.

A exportação brasileira de soja no ano comercial de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014 será de 39 milhões de toneladas, contra um processamento de 37,2 milhões de toneladas, mostrou um relatório da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

Em abril, a Abiove havia estimado exportações de 38,2 milhões de toneladas e processamento 38,3 milhões no mesmo período.

As exportações brasileiras na temporada atual, após uma colheita recorde, deverão crescer alguns milhões de toneladas em relação ao período anterior, com o Brasil assumindo a liderança mundial no ranking dos exportadores.

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) já aponta o Brasil como principal exportador de soja do mundo tanto no ano-safra 2012/13, que está praticamente encerrado, quanto na próxima temporada --que deverá ver um aumento de área plantada no Brasil mas também uma recuperação da produtividade norte-americana, após uma forte seca.

O USDA projeta exportações de 37,9 milhões de toneladas do Brasil e de 36,2 milhões dos EUA em 2012/13, com essa diferença crescendo em 2013/14, quando o Brasil deverá exportar 41,5 milhões de toneladas e os EUA 39,46 milhões.

O secretário-geral da Abiove afirmou que há um "caos tributário" incidindo sobre o processamento de soja, enquanto as exportações são desoneradas.

"Hoje o Brasil tem uma política para exportação de matéria-prima de desoneração total, o que ao nosso ver está correto, para não perdermos competitividade. A parte das indústrias ainda não foi desonerada. Temos problemas de acúmulo de crédito de ICMS, PIS/Cofins", disse Fábio Trigueirinho à Reuters.

Segundo ele, um dos impactos deste movimento de priorização das exportações é uma crescente ociosidade das plantas industriais de esmagamento, com estagnação nos investimentos.


"Isso vai elevar um pouco o custo do processamento. Não vai fazer novos investimentos. Vai focar no trading", disse ele, explicando que, com um menor processamento, há menos atividade nas indústrias para diluir os custos de investimento e obter retorno sobre o capital aplicado.

A ociosidade das indústrias brasileiras de soja está ao redor de 30 %, segundo a Abiove.

Safra e estoques

A Abiove também reduziu sua previsão para a colheita de soja recém encerrada no país, para 81,6 milhões de toneladas, ante 82,1 milhões na projeção de abril.

A estimativa para os estoques finais no ano comercial 2013/14 foi reduzida para 2,846 milhões de toneladas, contra 3,4 milhões de toneladas em abril.

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