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Expansão da Azul depende de novas regras do governo

O avanço no mercado doméstico está sujeito à aprovação do plano de estímulo à aviação regional, que está tramitando no Congresso

Avião da Azul: a definição de novas regras para a ocupação do Aeroporto de Congonhas pode também abrir novas rotas à Azul (Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2014 às 10h20.

São Paulo - Com 103 destinos em operação, a Azul chegou perto do limite de cidades para onde pode voar no Brasil. Para concretizar parte do seu plano de expansão, a empresa precisa avançar no mercado regional e entrar no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo . Mas, para isso, depende de decisões do governo.

O avanço no mercado doméstico está sujeito à aprovação do plano de estímulo à aviação regional, que está tramitando no Congresso. O tema é polêmico, pois envolve a transferência de recursos públicos para as empresas aéreas e também se aplica a voos vigentes. Como a Azul é líder em voos regionais, deve receber a maior parte do subsídio.

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O plano passou por diversos ministérios, mas, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, um dos seus entusiastas foi o secretário do Tesouro, Arno Augustin, que também é conselheiro da Embraer. A Azul, lembram fontes do mercado de aviação, é a única companhia aérea brasileira que usa aeronaves da fabricante em seus voos.

Respondendo a questionamento da reportagem, o Tesouro Nacional afirmou que "é inverídico que o plano de aviação regional estaria beneficiando determinada empresa aérea".

O órgão disse que o plano vai "ampliar a quantidade de pessoas e municípios com acesso à aviação", que "não estabelece reserva de mercado" e que "qualquer empresa habilitada a transportar passageiros no Brasil estará apta a receber subsídios".

A Embraer afirmou, em nota, que colaborou com o desenvolvimento do plano, "apresentando seu conhecimento técnico e sua experiência internacional nos modelos de desenvolvimento da aviação regional empregados em outros países".

A fabricante também afirmou que, se bem sucedido, o plano "elevará o número de rotas regionais e consequentemente a frota de aeronaves operadas no País", mas ressaltou que a regra abre a possibilidade para diversas fabricantes e não tem projeções de vendas.

As demais empresas aéreas também podem receber subsídio em algumas rotas que já fazem. A Gol informou que já opera em 22 aeroportos regionais e que, após a publicação do plano, avaliará se poderá voar para mais cidades do interior. A TAM também informou que avaliará este mercado.

Congonhas

A definição de novas regras para a ocupação do Aeroporto de Congonhas pode também abrir novas rotas à Azul. A companhia estima que poderá ter 14 voos por dia no aeroporto de maior movimentação do País.

Entre janeiro e julho deste ano, a Azul ampliou em cerca de 40% a oferta de passagens nos voos domésticos, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

No mesmo período, as líderes Gol e TAM mantiveram o movimento de redução de oferta, iniciado em meados de 2012. A Azul viu sua participação saltar de 11%, em janeiro do ano passado, para 16,5%, em dezembro.

"A Azul se beneficiou do corte de oferta dos concorrentes para ganhar mercado. As empresas estavam em momentos diferentes. Enquanto a Azul ainda estava consolidando sua malha, Gol e TAM privilegiaram o aumento da rentabilidade", disse o sócio da consultoria Bain & Company, André Castellini.

Criada no fim de 2008, a Azul montou sua base operacional no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, que estava subaproveitado. Na época, questionava-se sua capacidade de ganhar mercado sem voar em Congonhas. Com jatos da Embraer, a Azul lançou voos em cidades menores do que as operadas por TAM e Gol. A empresa cresceu com voos no interior e nos aeroportos além da capital paulista.

Com a compra da Trip, em 2012, a Azul se tornou líder no mercado regional - e até a única competidora em algumas rotas. O crescimento, no entanto, já dá sinais de perda de fôlego. A empresa mantém a mesma fatia de mercado desde dezembro (de aproximadamente 16%) e já voa com aviões mais vazios.

"O voo para os EUA foi uma alternativa para ganhar mercado", diz o consultor em aviação Nelson Riet. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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