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Êxodo de funcionários do McDonald’s expõe rotatividade do setor

A rotação de pessoal nos restaurantes de comida rápida dos EUA deu um salto para 150 por cento

Loja do McDonald's (Getty Images/Getty Images)

Karin Salomão

Publicado em 13 de março de 2018 às 18h20.

Última atualização em 13 de março de 2018 às 18h21.

Para Dudley Dickerson, os pedidos por aplicativos móveis foram a gota d’água.

O McDonald’s está se atualizando com nova tecnologia, serviços de entregas, um cardápio renovado e a possibilidade de retirar os produtos fora da loja. Mas a iniciativa da rede chamada “Experiência do Futuro” poderia ser contraproducente. Os funcionários estão realizando mais tarefas e em muitos casos, dizem, sem aumento de salário ou um número adequado de empregados. Então Dickerson, 23, usou sua espátula pela última vez.

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“Eles adicionaram muitas coisas complicadas”, disse Dickerson em entrevista. “Isso torna tudo mais difícil para os trabalhadores.”

É verdade que muitos funcionários das lojas de fast-food trocam muito de emprego. Mas com o desemprego tão baixo nos EUA, a rotatividade do pessoal está se tornando um problema. Os trabalhadores vão embora em vez de aprender a lidar com novas tecnologias e opções no cardápio. O resultado: os clientes vão ter que esperar mais.

Os tempos do serviço nos drive-thru do McDonald’s já passaram para 239 segundos no ano passado -- mais de 30 segundos mais lento do que em 2016, segundo a revista QSR. O serviço também é mais lento do que no Burger King, no Wendy’s e no Taco Bell.

150 por cento

A rotação de pessoal nos restaurantes de comida rápida dos EUA deu um salto para 150 por cento -- ou seja, uma loja com 20 funcionários contrataria 30 em um ano. Esse é o número mais alto desde que o rastreador da indústria People Report começou a coletar dados em 1995.

“Os restaurantes de serviço rápido estão tendo um pouco mais de problemas com as ofertas de trabalho e para achar funcionários”, disse Michael Harms, diretor executivo de operações da People Report. “É o ritmo do trabalho, o ritmo da tecnologia e a menor taxa salarial.”

O McDonald’s e seus franqueados não observaram um aumento na rotação do pessoal nos últimos 12 meses, nem existe uma correlação entre as novas iniciativas e a rotação, disse a porta-voz Terri Hickey em comunicado enviado por e-mail.

“Juntamente com nossos proprietários-operadores estamos investindo em todos os treinamentos necessários para garantir a implementação bem-sucedida de qualquer mudança nos nossos restaurantes”, escreveu ela. “Assim como a Experiência do Futuro moderniza a experiência dos nossos clientes no restaurante, também há um foco na melhoria da experiência de trabalho dos funcionários dos restaurantes.”

No ano passado, o McDonald’s disse que tinha 235.000 empregados, incluindo funcionários corporativos e nos restaurantes. Cada uma dessas pessoas gerou US$ 97.000 em receita, em comparação com cerca de US$ 65.000 no ano anterior. Embora isso possa ser um sinal de maior eficiência, também pode ser interpretado como um excesso de exigências a um número insuficiente de funcionários.

“O maior risco quando há muita rotação de funcionários é o atendimento ao cliente”, disse Brian Yarbrough, analista da Edward Jones. “Se isso começa a decair, então se transforma em um problema maior.”

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