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Executivo vende Pirelli, mas mantém poder

Marco Tronchetti Provera, de 67 anos, conseguiu atrair o capital chinês sem abrir mão de continuar a dar as cartas na companhia


	Tronchetti Provera: "só eu poderei apresentar propostas ao conselho", afirmou
 (Bloomberg)

Tronchetti Provera: "só eu poderei apresentar propostas ao conselho", afirmou (Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2015 às 11h27.

São Paulo - Ao negociar o contrato de venda da Pirelli para os chineses, o executivo Marco Tronchetti Provera, de 67 anos, conseguiu atrair o capital chinês sem abrir mão de continuar a dar as cartas na companhia.

Pelos termos do contrato negociado com a gigante ChemChina, Provera negociou o direito de permanecer no poder por até cinco anos e ainda nomear seu sucessor. “

"Tenho também o contrato de exclusividade para reabrir o capital da empresa dentro de até quatro anos"”, disse o executivo ao Estado.

O acordo prevê que os sócios chineses possam nomear membros no conselho. Na prática, no entanto, terão poder limitado, pois Provera acumulará os cargos de presidente executivo e presidente do conselho.

"“Só eu poderei apresentar propostas ao conselho. E os outros membros só terão o direito de recusá-las caso elas sejam contrárias ao interesse da Pirelli.”"

A busca da Pirelli por novos sócios não é nova. Há um ano, Provera vendeu metade da holding Cemfin à petroleira russa Rosneft, mas se viu em um imbróglio diplomático quando os Estados Unidos impuseram barreiras econômicas à Rússia.

Com a venda da totalidade da Cemfin aos chineses, destacou a revista Fortune, a empresa não se livra apenas deste problema, mas também garante a capitalização da companhia sem abrir mão do poder. “

O acordo reflete os desafios enfrentados por grandes companhias italianas comandadas por dinastias familiares: os comandantes querem que as companhias sejam competitivas em escala global e, ao mesmo tempo em que mantêm o controle patriarcal”, apontou a Fortune.

Provera entrou para a família Pirelli há cerca de 30 anos, por meio de um casamento.

Para a Pirelli, a associação trará um salto global no segmento de pneus para caminhões e ônibus. Nos cálculos de Provera, a empresa passará da 15ª para o 4ª ou 5ª posição no segmento.

O valor de 15 euros por ação representa um ganho de 30% em relação à média recente do valor pago pela Rosneft há um ano.

Nas últimas semanas, já sob o efeito dos rumores de acordo, o papel da Pirelli subiu bastante - ontem, fechou a 15,50 euros, o que pode encarecer o fechamento de capital da companhia, prevista para julho.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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