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Ex-contador da Dolly é alvo de busca e apreensão da Polícia Civil

Ex-contador usou o dinheiro desviado para comprar diversos carros de luxo, gerando um prejuízo milionário para a dona da Dolly

Produtos da Dolly: fraude fiscal estruturada, lavagem de dinheiro e organização criminosa estão entre as acusações (Dolly/Divulgação)

Produtos da Dolly: fraude fiscal estruturada, lavagem de dinheiro e organização criminosa estão entre as acusações (Dolly/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 20 de outubro de 2017 às 11h42.

Última atualização em 15 de janeiro de 2019 às 14h22.

São Paulo - A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Rogério Raucci, ex-contador da Ragi Refrigerantes, fabricante da marca Dolly.

Raucci é sócio da RD Assessoria Contábil e acusado de desviar mais de 100 milhões de reais da companhia brasileira, para a qual trabalhou por mais de 15 anos.

De acordo com documento do Tribunal de Justiça de São Paulo, Raucci teria falsificado documentos com informações à Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo e guias de arrecadação estadual.

Junto com o advogado Luís Alberto Travassos da Rosa, o contador também falsificou decisões trabalhistas. Em muitos casos, a fabricante vencia as ações, mas o escritório emitia decisões falsas em que a vítima era vitoriosa. Pedia, então, para que a empresa de refrigerantes emitisse cheques para a realização de pagamentos, que eram depositados nas contas dos contadores.

Esaú Vespúcio Domingues, contador que participou do esquema, confessou os crimes à Polícia Federal. Segundo ele, Raucci usou os recursos desviados para comprar diversos carros de luxo, como uma Masserati, BMW 750, Porshe Cayene, Corvete, Mercedes S 500 e outros. O valor também era usado para manter três filhos como pilotos de corrida.

A Ragi Refrigerantes, fabricante das bebidas da marca Dolly, foi investigada em maio por sonegação de impostos. A empresa era alvo da Operação Clone, da Secretaria da Fazenda de São Paulo.

Por conta da fraude do escritório de contabilidade, as empresas do grupo foram "suspeitas de inadimplência fraudulenta do ICMS, embaraço de fiscalização e organização de fraude fiscal estruturada” pela Secretaria da Fazenda. A fábrica do grupo chegou a ser proibida de funcionar por alguns dias, por conta da sonegação de impostos.

 O Grupo Dolly pagou R$ 33 milhões em débitos declarados de ICMS e reabriu a fábrica.

Segundo portaria da Polícia Civil, os crimes do escritório de contabilidade "acarretaram em prejuízo de milhões de reais à empresa, cassação de sua inscrição estadual e prejuízo ao Fisco estimado em um bilhão de reais, já com os juros".

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