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Ex-chefe da Odebrecht é interrogado em meio à crise no Peru

Enquanto presidente e Congresso estão em queda de braço no Peru, o executivo Jorge Barata será interrogado por procuradores peruanos

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Peru: Odebrecht pode ser responsável por jogar mais lenha na fogueira na crise política do país

Peru: Odebrecht pode ser responsável por jogar mais lenha na fogueira na crise política do país

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Redação EXAME

Publicado em 2 de outubro de 2019, 06h08.

Última atualização em 2 de outubro de 2019, 06h43.

O Brasil virou um exportador não só de soja ou carne, mas de crises. A construtora Odebrecht pode ser responsável por jogar mais lenha na fogueira na crise política do Peru nesta quarta-feira 2, quando procuradores peruanos interrogam o ex-chefe do braço peruano da Odebrecht, Jorge Barata, na “Lava-Jato peruana”.

O interrogatório de Barata, que será feito em Curitiba (PR), acontece um dia depois de o Congresso peruano e o presidente do país, Martín Vizcarra, começarem uma queda de braço por discordarem das indicações para a Suprema Corte — que, no Peru, são feitas pelo Legislativo. Na segunda-feira 30, o presidente anunciou a dissolução do Congresso e convocou novas eleições, mas os parlamentares responderam na sequência suspendendo Vizcarra do cargo. Como a esta altura o Congresso já estava suspenso, há uma discussão sobre se o ato foi ou não válido.

A Suprema Corte é crucial no caso Odebrecht, por investigar políticos com foro privilegiado envolvidos em esquemas de corrupção. No depoimento de Barata nesta quarta-feira, os procuradores esperam que o executivo diga os nomes que receberam pagamentos da empreiteira no Peru. Tal como no Brasil, os favorecidos estão nomeados por 71 “codinomes”,  em uma planilha entregue pela Odebrecht à Justiça peruana como parte de sua colaboração premiada no país.

A empreiteira brasileira levou a política peruana a uma ampla crise nos últimos anos, depois que foram descobertas propinas que totalizaram 59 milhões de dólares. O caso envolveu até agora nada menos que os quatro últimos presidentes: Alejandro Toledo (2001-06) está preso nos Estados Unidos; Alan García (2006-11) deu um tiro na própria cabeça em abril; Ollanta Humala (2011-16) foi condenado e preso em 2017, junto com a esposa, Nadine. O último presidente eleito, o ex-banqueiro Pedro Pablo Kuczynski (2016-18), o PPK, foi eleito prometendo uma agenda anticorrupção e liberal, mas renunciou após aparecimento de provas de sua ligação com a Odebrecht e foi preso em abril.

Agora, Vizcarra, que assumiu o cargo neste ano por ser vice de PPK — e ainda não apareceu em nenhuma lista da Odebrecht –, enfrenta no Congresso uma oposição fujimorista. A maioria dos parlamentares é ligada ao ex-presidente Alberto Fujimori (presidente entre 1990 e 2000) e a sua filha, Keiko, candidata contra PPK em 2016 e que está presa desde o ano passado, também por suspeita de receber propinas da Odebrecht.

Keiko e a Odebrecht foram o estopim da crise: uma comissão do Congresso listou 11 nomes para seis vagas existentes na Suprema Corte, que poderiam mudar o equilíbrio do tribunal e levar à soltura da ex-candidata. Vizcarra pediu para mudar a forma de nomeação, alegando que não era transparente, mas os parlamentares ignoraram o pedido e sua primeira nomeação foi a de um primo do presidente do Congresso.

O interrogatório de Barata já estava marcado há semanas, antes da dissolução do Congresso na segunda-feira. Mas não poderia ter vindo em hora mais conturbada para a política peruana.

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