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Estúdio de Weinstein alcança acordo para compra

O procurador-geral de Nova York processou a Weinstein Company por medo de que sua venda iminente deixasse vítimas de abusos sem recompensa

Weinstein: ele foi demitido do cargo de diretor da companhia após a revelação do escândalo (Andrew Kelly/Reuters)
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AFP

Publicado em 2 de março de 2018 às 16h48.

Última atualização em 2 de março de 2018 às 17h20.

Após anunciar a falência no domingo passado, o estúdio Weinstein parece ter se salvado graças a um acordo com uma ex-funcionária do governo Obama, decidida a transformar a imagem da empresa cofundada por Harvey Weinstein.

Maria Contreras-Sweet disse que o acordo tinha sido alcançado com o escritório do procurador-geral do estado de Nova York, que no mês passado processou a The Weinstein Company por medo de que sua venda iminente deixasse as vítimas de supostos abusos sexuais sem uma recompensa adequada.

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"Nossa equipe está satisfeita em anunciar que deu um passo importante e alcançou um acordo para comprar os ativos da The Weinstein Company para lançar uma nova empresa", informou Contreras-Sweet em um comunicado.

O conselho de administração da The Weinstein Company (TWC) confirmou o acordo na quinta-feira, indicando que este "abre um caminho claro para compensar as vítimas e proteger os empregos de nosso pessoal".

"Entramos em um acordo para vender os ativos da The Weinstein Company a un grupo investidor liderado por Maria Contreras-Sweet e Ron Burkle", acrescenta.

"Consideramos que é um desfecho positivo no âmbito do que foram circunstâncias incrivelmente difíceis", afirma o comunicado.

A ex-funcionária afirmou que sua intenção é "construir um estúdio de cinema liderado por um conselho diretor formado por uma maioria de mulheres independentes, salvar 150 empregos, proteger os pequenos negócios aos que se deve dinheiro e criar um fundo de compensação às vítimas".

The Weinstein Company esteve perto de fechar um acordo com um grupo investidor liderado por Contreras-Sweet no mês passado, até que o procurador-geral de Nova York, Eric Schneiderman, iniciou ações legais e impôs vários critérios sobre uma eventual venda.

Schneiderman disse que qualquer negócio devia contemplar uma indenização adequada para as vítimas, proteger os empregados e remover os executivos que fizeram vista grossa aos abusos de Weinstein durante anos.

A companhia entrou em queda livre quando começaram a ser divulgadas, em outubro passado, as denúncias de assédio sexual, abuso e inclusive estupro de mais de uma centena de mulheres contra Harvey Weinstein, cujos filmes receberam mais de 300 indicações ao Oscar e 81 estatuetas.

Weinstein foi demitido do cargo de diretor da companhia após a revelação do escândalo, e depois renunciou ao conselho de administração.

Este homem casado, pai de cinco filhos, é investigado pela polícia dos Estados Unidos e Grã-Bretanha, mas não foi acusado de nenhum delito. Assegura que todas as suas relações foram consensuais e supostamente está em tratamento por dependência sexual.

Luz verde do procurador de NY

O procurador do estado de Nova York, que bloqueou no início de fevereiro um primeiro projeto de reativação de Contreras-Sweet, com o argumento de que os fundos previstos para indenizar as vítimas de abuso sexual por parte de Weinstein eram insuficientes e que a direção da nova sociedade incluía membros que acobertaram suas ações, também aprovou o projeto atual.

"Estamos felizes de ter recebido compromissos expressos das partes de que a nova entidade criará um fundo de compensação real para as vítimas, bem alimentado, e aplicará uma política de recursos humanos que protegerá os empregados e não recompensará indevidamente os maus atores", expressou em um comunicado na noite de quinta-feira.

O procurador, que não abandona o processo apresentado no civil contra TWC, por não ter protegido seus empregados da conduta do produtor, deu a entender que o novo projeto ainda deve ser finalizado.

"Trabalharemos com as partes nas próximas semanas para garantir que honrem seus compromissos", antes da assinatura definitiva, apontou.

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