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Estatal da China quer produzir soja no Brasil

O interesse de chineses na compra de terras para plantar soja no Brasil cresceu nos últimos meses, depois da aprovação de projeto pela Câmara dos Deputados

Chinesa Chongqing Grain Group pretende investir US$ 300 mi na compra de 100 mil hectares de terra para plantação de soja. (.)

Chinesa Chongqing Grain Group pretende investir US$ 300 mi na compra de 100 mil hectares de terra para plantação de soja. (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

São Paulo - A empresa estatal chinesa Chongqing Grain Group pretende investir US$ 300 milhões (R$ 525 milhões) na compra de 100 mil hectares de terra no oeste da Bahia, com o objetivo de produzir soja para o mercado brasileiro e chinês. O empreendimento tem financiamento do Banco de Desenvolvimento da China (BDC), que vai bancar 60% do custo. O restante será desembolsado pela empresa, ligada ao município de Chongqing. Representantes da companhia e do banco estatal integraram a comitiva do presidente Hu Jintao no Brasil na semana passada e apresentaram o projeto no seminário empresarial dos países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), realizado no Rio.

O grupo continua no Brasil, em busca de um parceiro local para o investimento. O objetivo é finalizar a compra da terra até julho e produzir 250 mil toneladas de soja por ano. Reportagem publicada ontem pelo Chongqing News, ligado ao governo do município, afirma que a área cultivada poderá alcançar numa segunda etapa 200 mil hectares, com investimento total de US$ 842 milhões (R$ 1,47 bilhão).

O interesse de chineses na compra de terras para plantar soja no Brasil cresceu nos últimos meses, especialmente depois da aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados do projeto que limita a 1.140 hectares o tamanho das propriedades rurais que podem ser compradas por estrangeiros na Amazônia Legal, área que abrange os Estados de Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Pará, Amapá, Tocantins e parte do Maranhão. Aprovado em outubro, o texto foi enviado ao Senado, onde aguarda votação.

A advogada Heloísa Di Cunto, sócia do escritório Duarte Garcia, Caselli Guimarães e Terra, diz que desde setembro aumentou o número de consultas de clientes chineses interessados em adquirir propriedades rurais no Brasil. “As pessoas estão correndo para comprar as terras antes que a lei seja aprovada”, observa Di Cunto, que chefia o departamento do escritório responsável pela China. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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