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Dislexia, discos e foguetes: o ricaço que desafia Musk no espaço

Aos 70 anos, Branson gosta de quebrar recordes e entrar em negócios de risco; no espaço, o bilionário atua com passeios turísticos e lançamento de satélites

Richard-Branson (Luisa Gonzalez/Reuters)

Mariana Desidério

Publicado em 19 de janeiro de 2021 às 10h47.

Última atualização em 19 de janeiro de 2021 às 12h30.

As viagens pelo espaço estão na moda entre empresários excêntricos. O mais conhecido deles é o polêmico bilionário Elon Musk , fundador da montadora de veículos elétricos Tesla e da fabricante de foguetes SpaceX.

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Recentemente, Musk alcançou o posto de pessoa mais rica do mundo, com um patrimônio líquido avaliado em cerca de 118 bilhões de dólares. Agora, está se desfazendo da maior parte dos seus bens e planeja dedicar o máximo de dinheiro possível para colonizar Marte. Uma decisão no mínimo curiosa.

Mas Elon Musk não é o único super rico que gosta de foguetes. Esta semana a Virgin Orbit, empresa do bilionário Richard Branson , chegou ao espaço pela primeira vez com um foguete lançado de um avião em movimento.

O avião Boeing 747, apelidado de Cosmic Girl (em português, “garota cósmica”), decolou do deserto da Califórnia, nos Estados Unidos. Seu foguete LauncherOne foi lançado a 40 mil pés acima do Oceano Pacífico e chegou à órbita da Terra em 10 minutos.

Assim como Musk, Branson é uma pessoa incomum. Aos 70 anos, ele é dono do Virgin Group, uma empresa baseada em Londres e que está ligada a mais de 40 companhias, incluindo a companhia aérea Virgin Atlantic, a Virgin Money e a Virgin Galactic . O Virgin Group tem receita anual de mais de 22 billhões de dólares e Branson tem uma fortuna estimada em 6,14 bilhões de dólares, de acordo com o ranking de bilionários da Bloomberg.

Antes do sucesso nos negócios, o bilionário tinha problemas na escola e não chegou a terminar o ensino médio. Branson tinha dislexia, uma condição que gera dificuldade para compreender a leitura. Ele deixou os estudos aos 16 anos, quando ainda estava no ensino médio. “Meus professores acreditavam que eu era preguiçoso e burro e eu não conseguia acompanhar ou me enturmar”, disse.

Por não conseguir acompanhar os estudos, ele acreditou que nunca teria sucesso na vida. Claramente, ele estava errado. Ainda adolescente lançou a revista “Student”, voltada a jovens no Reino Unido. Aos 20 e poucos, começou seu império de negócios, vendendo discos por encomenda. Logo lançou a gravadora Virgin Records e nunca mais parou de empreender.

O empresário é conhecido por gostar de correr riscos e pela frase “Dane-se, vamos fazer isso!”, uma expressão de seu espírito empreendedor. Com essa filosofia, já topou ideias como a de criar uma concorrente da Coca-Cola, a Virgin Cola, nos anos 1990. O negócio não deu certo.

Branson gosta dos holofotes e é figura frequente nas propagandas de suas empresas. Também gosta de passar o tempo de forma ousada e já quebrou alguns recordes. Dentre os desafios que o próprio Branson se impôs estão atravessar o Canal da Mancha com um veículo anfíbio e pilotar um balão sobre o Atlântico.

A Virgin Orbit, que fez seu primeiro lançamento de foguete no domingo, foi fundada em 2017, e é uma spin-off de outra empresa de Branson, a Virgin Galactic, focada em operar voos turísticos suborbitais. A meta da Galactic é começar a voar em 2021. O preço por passageiro fica na casa dos 250 mil dólares. Já o objetivo da Orbit é outro: atuar no lançamento de pequenos satélites para o espaço, um mercado em expansão nos Estados Unidos.

Veja também: O homem vai dominar o espaço? | EXAMINANDO

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