ESG: conheça algumas medidas para aplicar o ESG na sua empresa (Holloway/Getty Images)
O modelo ESG tem se tornado cada vez mais conhecido no meio empresarial, onde CEOs e seus times têm considerado os impactos ambientais, sociais e de governança que seus produtos e gestão podem acarretar. E tudo indica que essa responsabilidade por parte dos negócios veio para ficar. Segundo levantamento anual realizado pela companhia Deloitte, em parceria com o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI), 74% das empresas com ações na Bolsa planejam aumentar o orçamento destinado à ESG para este ano.
Já uma pesquisa da Bloomberg Intelligence afirma que os ativos globais ligados à agenda ESG podem ultrapassar US$ 53 trilhões até 2025, o que representaria mais de um terço dos 140,5 trilhões de dólares em ativos totais projetados sob gestão. Internacionalmente, os investidores estão enxergando no ESG uma possibilidade de aprimoramento dos negócios e geração de novos produtos ligados à sustentabilidade – além do aumento de investidores.
Para tratar desse e de outros assuntos relevantes para empresas a EXAME traz a 3ª edição do MM Talks, evento que promove rodas de discussão e conversas sobre temas de interesse das melhores e maiores empresas do país, dentre eles o ESG. Para saber mais clique aqui.
Os dados acima são apenas alguns exemplos de como o ESG têm se tornado o assunto do momento entre as empresas. Acompanhe abaixo uma lista com medidas que CEOs podem usar para aplicar o ESG nas empresas:
Quando o assunto são opções ecologicamente corretas, o uso do carbono zero tem se tornado uma tendência entre as empresas. A política tem como objetivo diminuir as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa por parte das indústrias e grandes corporações. Segundo estudo da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA em inglês) juntamente com o Instituto Scripps de Oceanografia, da Universidade da Califórnia em San Diego, a quantidade de dióxido de carbono (CO2) no ar em 2021 foi a maior taxa desde o início das medições há 63 anos.
Segundo levantamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), nos primeiros quatro meses de 2022 o Brasil aumentou a produção de energia limpa em 6%. O dado confirma como a energia limpa é uma grande preocupação – e grande investimento – por parte dos negócios. Usar energia limpa é, essencialmente, procurar por soluções de energias renováveis. Essa prática auxilia na diminuição direta dos impactos do aquecimento global.
A questão aqui começa com uma simples pergunta que pode gerar inúmeras soluções para um negócio, “como posso tornar meu produto algo de valor sustentável?”. Isso pode começar com mudanças simples como optar pelo uso de embalagens recicláveis ou modificações na linha de produção, como pagar preços mais justos para os colaboradores, por exemplo.
As empresas, cada vez mais, estão olhando para como se relacionam com o local onde estão inseridas. Grandes empresas têm destinado parte do seu orçamento para reverter possíveis efeitos negativos com projetos sociais que entregam algum valor para o local onde estão inseridos. O descarte de materiais é grande parte dessa questão. Se antigamente havia pouca preocupação sobre como a empresa joga fora materiais usados ou resíduos produzidos, hoje há maior preocupação quanto a isso – como as indústrias químicas ou de moda, que estão dentre as maiores poluentes da escala produtiva.
Esse parâmetro se encaixa tanto no fator social como no de governança do ESG. É importante olhar para fora e se preocupar com os aspectos de meio ambiente e de responsabilidade sociais como os descritos acima. Porém, a aplicação do ESG também traz à organização uma reflexão estrutural. A preocupação com a diversidade diz respeito a tornar o ambiente corporativo mais plural, com mulheres, pessoas pretas, LGBTQIA+ e PCDs. A inclusão de minorias em representação torna a empresa mais propensa a ter ideias e soluções diversas, trazendo melhores resultados.
Canais de denúncia são desdobramentos diretos da Lei Anticorrupção, de 2014. Essa política se torna uma forma onde a empresa se coloca à disposição dos seus colaboradores, se preocupando com todos dentro da empresa. Porém, ainda há muito o que ser feito quando o assunto é assédio sexual e outras formas de abuso. Uma pesquisa realizada pelo ICTS Protiviti, uma consultoria em gestão de riscos e compliance, 52,64% das denúncias feitas por funcionários no Brasil se referem ao trato interpessoal. Já as reclamações de assédio correspondem a 31% do percentual.
As empresas estão entendendo como a transparência interna, com os colaboradores, e externa, com o cliente final, é algo de extrema importância. Ter transparência envolve diversas equipes como o RH e também equipes de compliance para lidar com questões de accountability (responsabilidade). A transparência pode funcionar de várias maneiras, algumas delas são: a publicação de relatórios, a transparência no processo produtivo – onde a empresa explicita como o produto é produzido – e através de apresentação de resultados e follow ups com os próprios colaboradores. Tais práticas aumentam a atração e retenção da clientela e tendem a aumentar o engajamento do time.
Além dos painéis com especialistas e a transmissão ao vivo da premiação MELHORES E MAIORES – anuário da EXAME que, em parceria com o Ibmec, contempla as empresas de maior destaque da economia brasileira – o MM Talks propõe um acesso mais democrático à informações da realidade das empresas.
Nesta 3ª edição do evento serão 4 painéis mediados pela equipe da EXAME ao lado de fundadores, CEOs de empresas, economistas, professores e consultores. Dentre os temas tratados estão discussões sobre a relação do físico e o digital no mercado de consumo e E e S do ESG caminhando juntos: oportunidades na nova economia. Para participar, basta se inscrever clicando no botão abaixo.