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Escritório de fundador do Google tem até veterano da Marinha

A Bayshore, com sede em Los Altos, Califórnia, dá uma ideia dos serviços que os escritórios familiares proporcionam aos ricos


	Sergey Brin, cofundador do Google, usando o Google Glass: controlar a 21º maior fortuna do mundo requer segurança profissional
 (Bloomberg)

Sergey Brin, cofundador do Google, usando o Google Glass: controlar a 21º maior fortuna do mundo requer segurança profissional (Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2015 às 11h47.

Nova York - Administrar a vida de Sergey Brin é um grande negócio .Através da Bayshore Global Management, um dos fundadores da Google Inc. contratou ex-banqueiros e especialistas em filantropia para ajudar a gerenciar sua fortuna de US$ 30,1 bilhões.

Ele empregou veteranos de operações especiais da Marinha dos EUA e da equipe SWAT para sua segurança e um capitão de iate para lidar com suas incursões aquáticas. Um coordenador físico, um fotógrafo e um arquivista ajudam a administrar sua vida.

A Bayshore, com sede em Los Altos, Califórnia, dá uma ideia dos serviços que os escritórios familiares proporcionam aos ricos, além dos investimentos e da contabilidade.

Como o número de bilionários aumentou em todo o mundo nos últimos anos, a demanda por pessoas capazes de oferecer habilidades de nicho – e discrição – disparou.

“Os escritórios familiares estão se expandindo e as pessoas estão montando mais”, disse Natasha Pearl, CEO da Aston Pearl, que atende escritórios unifamiliares que têm, pelo menos, US$ 400 milhões.

“A demanda por funcionários confiáveis para manter a confidencialidade da vida privada das famílias está aumentando”.

Atualmente, existem mais de 14.600 famílias com pelo menos US$ 100 milhões em ativos em todo o mundo, 42 por cento a mais que em 2008, de acordo com o Boston Consulting Group. Muitas delas estabeleceram seus próprios escritórios para gerenciar os investimentos e a vida cotidiana.

As firmas empregam cerca de 20.000 pessoas, de acordo com a empresa de pesquisa Campden Wealth, com sede em Londres, que começou a coletar esses dados no ano passado.

Goldman e Deutsche

Os escritórios familiares que atendem aos bilionários do mundo costumam empregar pelo menos 50 pessoas, com funcionários em diversas equipes, como executiva, administrativa e grupos de investimento, de acordo com dados da Campden Wealth.

Os funcionários da Bayshore foram recrutados do Google, do Goldman Sachs Group Inc., do Deutsche Bank AG e de outros escritórios familiares, de acordo com perfis do LinkedIn que apontam essa empresa como empregador.

Ela contratou pelo menos 47 pessoas, de acordo com documentos do Departamento do Trabalho dos EUA.

Entre os funcionários estão um chefe de pessoal e administrador da casa da família em Nova York que supervisionou a construção, recrutou empregados domésticos e ofereceu assistência para compras.

Brin, 41, emigrou da União Soviética para os EUA quando criança com sua família. Ele também dirige a Brin Wojcicki Foundation com a esposa, Anne, que realiza doações de caridade e defende os direitos humanos.

Segurança

Brin é a 21ª pessoa mais rica do mundo, de acordo com o ranking da Bloomberg. Controlar uma fortuna desse tamanho requer segurança profissional.

A Bayshore contratou um ex-oficial de operações especiais da Marinha dos EUA para oferecer proteção, de acordo com um perfil do LinkedIn.

Um ex-agente do serviço secreto dos EUA comandou programas de segurança, e um ex-operador da equipe SWAT supervisiona os imóveis da família e os procedimentos de emergência.

Alguns dos maiores escritórios familiares têm centros de operações para monitorar pessoas e propriedades, disse Christopher Falkenberg, ex-agente do serviço secreto dos EUA e fundador da Insite Security, com sede em Nova York, que oferece serviços de proteção a clientes como escritórios familiares.

Há camadas de funcionários, incluindo ex-militares e especialistas em aplicação da lei, que se responsabilizam pelas fechaduras de portas e portões, por verificar os antecedentes dos empregados e por garantir a segurança em viagens e aeronaves, disse Falkenberg.

Custo alto

Eles não são baratos. Um diretor de segurança que tenha trabalhado como agente do FBI pode ganhar pelo menos US$ 200.000 por ano, disse ele. O valor pode duplicar o salário comum de um trabalho para o governo.

Os salários nos escritórios familiares variam muito, disse Pearl, cuja empresa com sede em Nova York ajudou famílias a contratar especialistas em segurança virtual, encontrar orientadores universitários e criar procedimentos para funcionários que trabalham em várias residências.

“Não existe uma espécie de catálogo onde você possa procurar diretores de risco ou chefs com tarifas salariais padronizadas”, disse ela. “Esse mercado é muito fragmentado”.

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