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Produção inicial da OGX deve ter novo adiamento, diz Eike

Controlador da petroleira diz que o prazo deve ser protelado por adversidades climáticas que dificultam a preparação da plataforma de produção

Eike: "Num projeto que vai produzir petróleo por 28 anos, eu lhe pergunto: será que um mês ou quatro, cinco, seis semanas, faz diferença?" (Oscar Cabral/Veja)

Eike: "Num projeto que vai produzir petróleo por 28 anos, eu lhe pergunto: será que um mês ou quatro, cinco, seis semanas, faz diferença?" (Oscar Cabral/Veja)

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Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2011 às 13h55.

Rio de Janeiro - O início da produção de petróleo da OGX, projetado para meados deste mês, poderá ser novamente adiado em meio a adversidades climáticas que dificultam a preparação da plataforma de produção, disse à Reuters Eike Batista, controlador da petroleira que faz parte de seu conglomerado, o Grupo EBX.

A projeção inicial para o primeiro óleo da petroleira, no campo de Waimea, na bacia de Campos, era para entre setembro e outubro, sendo posteriormente remarcada para dezembro.

Construída em Cingapura, a plataforma OSX 1 atracou no porto do Rio em outubro com previsão de seguir para a bacia de Campos entre novembro e dezembro, para iniciar um teste de longa duração (TLD) no campo de Waimea. A estimativa da empresa é de uma produção inicial média de 15 mil a 20 mil barris por dia.

Nesta terça-feira, a plataforma ainda podia ser vista atracada no porto do Rio.

Mas o empresário não acredita que esses atrasos prejudiquem a estratégia da companhia.

"Num projeto que vai produzir petróleo por 28 anos, eu lhe pergunto: será que um mês ou quatro, cinco, seis semanas, faz diferença?", afirmou Batista na noite de segunda-feira, após participar de um evento em sua homenagem no Rio.

Cinco meses após o início do TLD, a expectativa é aumentar o volume para entre 45 mil e 50 mil barris diários, com a interligação de mais dois poços produtores à plataforma.

As ações da OGX, que chegaram a subir quase 1 por cento nesta terça-feira, operavam em queda de mais de 1 por cento por volta das 12h40 (horário de Brasília)

Vendido para a Shell

Eike lembrou que o petróleo que será produzido a partir do seu primeiro projeto já tem venda fechada com a Shell, independentemente da data em que a produção for iniciada.

A OGX fechou com a petroleira anglo-holandesa a venda de 1,2 milhão de barris de petróleo, quantidade que será divida em dois carregamentos de 600 mil barris. O preço fechado entre as duas companhias representa um desconto médio de 5,5 dólares em relação ao Brent.

A valores desta terça-feira, o contrato significaria receita de aproximadamente 123 milhões de dólares para 24 dias de produção quando o TLD de Waimea estiver operando em sua segunda fase, com volume de 50 mil barris/dia.


Vários dos grandes projetos de Eike Batista, como a OGX, surgiram praticamente do zero e receberam grande aporte de investidores, que agora aguardam o desenvolvimento destes negócios.

A OGX foi bem sucedida em sua campanha exploratória, com índice de sucesso superior ao da média do mercado, atuando em áreas próximas de projetos já em produção na bacia de Campos, por exemplo.

Financiamento

Eike Batista afirmou não estar preocupado com eventuais problemas de liquidez como reflexo da crise na zona do euro. Segundo ele, alguns projetos marginais no mercado talvez sofram, mas os do Grupo EBX estariam fora desta classificação.

"Temos todas as nossas linhas de crédito alinhadas a projetos de alta rentabilidade que não param", afirmou. "Não temos projetos marginais."

O empresário falou também sobre o vazamento de petróleo na bacia de Campos, afirmando que algumas petroleiras podem ter optado por pagar multas a investir em prevenção de acidentes, já que as penalidades devem custar menos do que o gasto para disponibilizar a infraestrutura necessária para evitar vazamentos.

"Muitas empresas provavelmente decidiram seus investimentos na base do `ah, a multa é tanto, então prefiro não mobilizar e pagar multa."

O empresário sugere que parte da arrecadação do governo com royalties e participações especiais seja efetivamente direcionada para o setor, com a aplicação de recursos num plano de contingência para prevenir acidentes e vazamentos. A maioria dos recursos, lembra Eike, é contingenciada, ficando retida no Tesouro.

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