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Engie pode entrar na indústria de gás do Brasil e mira serviços

Com sede em Paris, empresa tem mantido conversas com a Petrobras e está aguardando pelos termos e condições de potenciais vendas de ativos no setor

Petrobras vendeu uma grande parte de ativos de infraestrutura de gás para a Brookfield Asset Management em setembro (Patricia Santos)

Petrobras vendeu uma grande parte de ativos de infraestrutura de gás para a Brookfield Asset Management em setembro (Patricia Santos)

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Reuters

Publicado em 16 de dezembro de 2016 às 11h41.

São Paulo - A francesa Engie poderá entrar na indústria de gás natural do Brasil por meio de aquisições à medida que a Petrobras deixa o setor, disse o principal executivo da companhia de eletricidade no país.

A Engie, com sede em Paris, tem mantido conversas com a Petrobras e está aguardando pelos termos e condições de potenciais vendas de ativos no setor, disse Mauricio Bähr, o presidente da Engie no Brasil, na quinta-feira.

Bähr acrescentou que a Engie planeja se expandir rapidamente nos serviços de geração distribuída.

"Estamos de fato interessados nos ativos que podem ser colocados à venda", disse ele, em entrevista à Reuters.

"Falando sobre a Petrobras, por exemplo, estamos interessados em entrar no setor de gás natural, estamos olhando infraestrutura de gás."

A Engie é a segunda maior geradora de energia do Brasil, com capacidade total de cerca de 10,2 gigawatts.

A companhia tem participação de 40 por cento na Usina Hidrelétrica de Jirau, que agora está em operação total após a última de suas cinquenta turbinas ter sido colocada em funcionamento há duas semanas.

Jirau, que está sendo formalmente inaugurada, é considerada essencial para garantir o abastecimento de energia no Sudeste do Brasil, região rica em indústrias, para onde a energia produzida é enviada por meio de uma linha de transmissão de 2.400 quilômetros.

A Engie não busca assumir um projeto tão ambicioso quanto Jirau no curto prazo. A companhia está em uma batalha jurídica para evitar uma multa de 2 bilhões de reais da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por atrasos na construção da usina hidrelétrica.

A companhia francesa argumenta que não tinha controle sobre as causas dos atrasos, que incluem uma revolta de funcionários que atearam fogo aos dormitórios dos trabalhadores.

"Contratos como o de Jirau têm que ser alterados no futuro, para que novos investimentos possam acontecer. A segurança não deveria ser responsabilidade do investidor, e sim do Estado", disse Bähr.

A Petrobras vendeu uma grande parte de ativos de infraestrutura de gás para a Brookfield Asset Management em setembro e quer vender outras unidades, incluindo termelétricas, terminais e gasodutos.

"Eu acredito que a Petrobras irá conduzir uma reorganização destes ativos antes de vendê-los", disse Bähr.

A Engie também está procurando expandir em serviços para companhias que instalam painéis solares para gerar sua própria energia.

Recentemente, a empresa francesa ganhou um contrato da Centrais Elétricas de Santa Catarina para instalar 1.000 painéis, principalmente para fábricas e empresas de serviços no Estado de Santa Catarina.

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