Carreira

Empresas treinam funcionários e driblam falta de mão de obra especializada

Áreas como tecnologia da informação e logística demandam gente, mas companhias têm dificuldade para encontrar profissionais qualificados

Centro de distribuição do Magazine Luiza (Germano Lüders/Exame)

Centro de distribuição do Magazine Luiza (Germano Lüders/Exame)

AO

Agência O Globo

Publicado em 4 de agosto de 2021 às 08h39.

Última atualização em 4 de agosto de 2021 às 08h40.

Apesar da geração de novos empregos em áreas que exigem mão de obra especializada, as grandes empresas ainda enfrentam problemas para preencher essas vagas e têm investido em programas internos de formação.

  • Quais são as tendências entre as maiores empresas do Brasil e do mundo? Assine a EXAME e saiba mais.

No Magazine Luiza, uma das iniciativas de capacitação é o Luiza Code, programa que estimula mulheres a entrarem no mercado de trabalho na área da tecnologia . Parte das alunas são contratadas pela empresa.

— Estamos na terceira edição e teremos 210 mulheres contratadas para trabalhar nos nossos Labs (laboratórios de inovação da varejista). Metade das vagas será destinada a mulheres negras autodeclaradas e parte será destinada a funcionários do Magalu — disse Fabrício Garcia, vice-presidente de operações .

Para a economista Zeina Latif, colunista do GLOBO, a pandemia tende a agravar os entraves de contratação de mão de obra especializada, pois houve uma piora do capital humano, ampliando as desigualdades no país.

— As empresas têm tremenda dificuldade para conseguir mão de obra qualificada, por exemplo, na área de tecnologia da informação, e isso se reflete nas remunerações. Grupos com melhor formação têm remuneração preservada. Outra camada da população está despreparada para esse avanço tecnológico . A preocupação maior é com os mais jovens — disse.

Emprego 'chão de fábrica'

Ela lembrou que os empregos “de chão de fábrica” cada vez mais tendem a desaparecer, aumentando a taxa de desemprego dos não qualificados. Hoje, cerca de 30% dos jovens não estudam nem trabalham.

Na BRF, a falta de qualificação também é sentida. Para o CEO global da empresa, Lorival Luz, os jovens não saem do Ensino Médio com os conhecimentos mínimos necessários para fazer um curso profissionalizante ou técnico.

— De cada dez crianças que entram no primeiro ano, seis concluem o Ensino Médio e só um sabe matemática efetivamente. Se a educação brasileira fosse uma empresa, teria falido — afirmou ele.

A gigante do ramo alimentício mantém hoje cursos de formação em 36 cidades no país, além de parcerias com universidades para a formação , por exemplo, de veterinários.

— Temos 10 mil produtores integrados que têm o nosso apoio, de veterinários e zootecnistas que vão até as granjas ensinar como tratar os animais e ser mais produtivos. Para isso, temos parcerias com universidades em que nós damos cursos (aos profissionais).

Primeiro emprego

Para o secretário executivo do Ministério do Trabalho e Previdência, Bruno Bianco, a solução passa pela criação de formas de contratação mais baratas que permitam a qualificação do trabalhador no primeiro emprego, como o Programa Primeira Oportunidade e Reinserção no Emprego (Priore).

— Esses novos programas do governo federal reduzem custo de contratação e proporcionam o ingresso do trabalhador no mercado formal a baixo custo porque ele vai se qualificar no trabalho — afirmou Bianco.

Acompanhe tudo sobre:BRFEmpregosEmpresasMagazine LuizaMão de obra

Mais de Carreira

As profissões mais antigas do mundo que existem até hoje

Quem é o primeiro brasileiro a virar bilionário com inteligência artificial?

Varig quitará dívida de R$ 575 milhões com funcionários após acordo com a AGU

Gente feliz brinda mais! A estratégia do CEO da Heineken para fazer seus funcionários mais felizes