Rockefeller Center, em Nova York: adquirido pelos japoneses na primeira onda (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
São Paulo - O iene fortalecido preocupa os exportadores japoneses, mas outras empresas do país enxergam o cenário como uma oportunidade de ir às compras. Somente neste ano, as companhias japonesas já investiram 27 bilhões de dólares em aquisições no exterior - mais do que todo o ano passado.
As iniciativas incluem aquisições como a da sul-africana Dimension Data pela gigante japonesa de telecomunicações NTT, em julho. A empresa de serviços de rede foi comprada por 3,24 bilhões de dólares.
Na semana passada, a rede de lojas de conveniência 7-Eleven, que pertence à Japans Seven & Holding, ofereceu 2 bilhões de dólares pela Caseys General Stores, uma rival americana de menor porte.
A área de comércio eletrônico também é alvo das investidas japonesas. Nos últimos quatro meses, a maior empresa de varejo online do Japão, a Rakuten, comprou o site americano Buy.com por 250 milhões de dólares, e fez uma oferta similar ao portal europeu PriceMinister.
De acordo com o jornal americano The New York Times, a recente onda de internacionalização japonesa não é páreo para a vista nos anos 80, quando os negócios eram do porte da aquisição, pela Sony, da Columbia Pictures, ou da venda do Rockefeller Center para a Mitsubishi.
Infraestrutura
Mas, em meio à estagnação da economia japonesa, o iene fortalecido é um incentivo a companhias de vários setores para buscar negócios em países mais promissores.
O momento permite, por exemplo, que as empresas japonesas atuem também em setores estratégicos, como o de infraestrutura. A trading Mitsui, por exemplo, afirmou que planeja investir 14,29 bilhões de dólares no exterior nos próximos dois anos. Entre os planos, está uma joint-venture no setor de tratamento de água com a Hyflux, de Singapura. O objetivo da parceria é atuar na China. Os investimentos nesse projeto são de 237 milhões de dólares.
Alguns setores com bastante dependência do mercado interno também estão sendo favorecidos. Um exemplo é o de aviação. O iene forte reduz a pressão de custos operacionais, já que o querosene de aviação, uma commodity mundial, é cotado em dólar. O leasing das aeronaves também é dolarizado e a moeda local fortalecida desafoga o caixa.
Ainda na área de aviação, assim como visto em países que experimentaram uma valorização da moeda, como o Brasil, os japoneses estão viajando mais para o exterior o que alimenta a indústria da aviação e parte das agências de viagem.
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