Empresa une influenciadores a marcas para movimentar US$ 4 bi em 2021
A rewardStyle criou plataforma para otimizar as vendas online e tem parceria com mais de 1 milhão de marcas
Gabriel Aguiar
Publicado em 23 de abril de 2021 às 18h42.
Última atualização em 23 de abril de 2021 às 19h18.
Reinventar a relação entre marcas e influenciadores é uma receita que deu certo para a rewardStyle. Prova disso é que a empresa pretende movimentar 100 milhões de reais na plataforma dedicada às vendas até o fim deste ano. “Fomos fundados por uma influenciadora e feitos para influenciadores”, afirma Philip Kauders, diretor da empresa para América Latina.
Para entender o modelo de negócios, basta imaginar que uma marca se cadastra na plataforma para vender uma camiseta, por exemplo. Com a ajuda da companhia, é possível encontrar qual pessoa é a mais adequada para fazer essa divulgação e gerar um link rastreável que permite identificar quantas vendas foram realizadas, além de todo o tráfego na plataforma.
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“É bom para empresas, porque elas só pagam a comissão em cima do que foi comercializado e não têm de fazer nenhum investimento. Para influenciadores, porque surge como uma nova forma de continuar ganhando dinheiro. E para nós, porque também recebemos em cima das vendas. Ficamos com uma fatia pequena da comissão porque nós conseguir faturar no volume”.
De fato, são mais de 100.000 influenciadores em todo o mundo — sendo 3.000 deles no Brasil —, número que cresceu 838% no primeiro trimestre deste ano em relação a 2020. Com mais de 1 milhão de marcas parceiras, a rewardStyle gerou 2,5 bilhões de dólares em vendas dentro da própria plataforma e, para 2021, a previsão é ainda mais ambiciosa: 4 bilhões de dólares.
E, durante a pandemia do novo coronavírus, o número de pedidos cresceu 14 vezes, de acordo com o executivo, principalmente pelas restrições de circulação e fechamento do comércio. Isso porque, sem os vendedores para atuar como consultores na hora da compra, coube aos influenciadores digitais fazer a curadoria de produtos nos segmentos em que são especialistas.
“Nosso diferencial é que temos expertise em intermediar, além de tecnologia e escala. E mesmo que as pessoas decidissem entrar em contato direto com a marca, acabariam perdendo dinheiro porque nossa ferramenta mostra todos os dados e estatísticas que permitem ganhar o dobro. Não barramos ninguém. Preferimos provar que é melhor trabalhar junto com a gente”.
Com essa relação próxima de quem divulga os produtos — afinal, é interessante à rewardStyle que eles tenham sucesso nas vendas, já que também recebem comissão —, o modelo de negócios é praticamente oposto aos marketplaces de Facebook e Instagram. Isso porque, nas redes sociais, todo o faturamento depende apenas de anúncios e não necessariamente das vendas.
“Quando pensamos em possíveis concorrentes, enxergamos as lojas físicas que não têm e-commerce, ainda que não exatamente. Mas também estamos disputando com Google e com o próprio Facebook, que têm marketing digital e investem em anúncios. Só que nosso ROI [ retorno sobre investimento ] é melhor e temos dados para entender melhor todos os resultados”.
Atualmente, o Brasil é o país que mais cresce na região da América Latina, ainda que haja planos para expandir a novos mercados, como México. E toda a operação é enxuta: há apenas 11 funcionários por aqui e 300 em todo o mundo (são sete escritórios). Mas já foram investidos 100 milhões de dólares em tecnologia e boa parte das últimas contratações foi para a área.
“Também já expandimos em outros segmentos. Globalmente, a categoria principal é moda. No mercado brasileiro, é beleza, com moda bem perto do topo. E temos outras coisas, como itens de casa e lifestyle, que talvez seja a categoria que mais cresce. Temos uma rede gigante com Americanas, Centauro e Dafiti. Nosso portfólio de marcas está grande, assim como de influenciadores”.