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Em meio à invasão, empresas da Ucrânia criam planos de contingência

Diante do clima de tensão dos últimos anos, algumas startups já haviam transferido suas operações para a nuvem, em plataformas hospedadas fora da Ucrânia

Pessoas carregando malas no metrô, na capital ucraniana Kiev: companhias de tecnologia estão oferecendo auxílios para quem quiser sair do país 
 (DANIEL LEAL/AFP/Getty Images)

Pessoas carregando malas no metrô, na capital ucraniana Kiev: companhias de tecnologia estão oferecendo auxílios para quem quiser sair do país (DANIEL LEAL/AFP/Getty Images)

Em meio à invasão das tropas de Vladimir Putin, empresas de tecnologia dentro e fora da Ucrânia estão correndo para pôr em prática planos de contingência. 

Do outro lado da fronteira, startups russas assistem ao crescente número de sanções impostas pelos Estados Unidos, que podem impactar o ecossistema de inovação do país. 

A Ucrânia é um celeiro de engenheiros e desenvolvedores. Estima-se que o país tenha cerca de 200 mil profissionais de tecnologia, muitos deles trabalhando para empresas dos Estados Unidos e de outros países da Europa. 

Fora isso, nos últimos anos, o ecossistema de startups ucraniano também se expandiu,  atraindo os olhares de investidores do mundo todo. Em 2021, gigantes de tecnologia como Amazon, Apple e Glovo abriram escritórios na Ucrânia. Além disso, algumas das suas startups unicórnios, como a GitLab, plataforma de planejamento para desenvolvedores, estrearam na Nasdaq. 

Agora o receio é que a invasão russa atrapalhe o ritmo de crescimento das empresas na região. “Estamos monitorando a situação todos os dias muito de perto. Mas o fato é que a Ucrânia está perdendo US$ 2-3 bilhões todos os meses devido à ameaças de guerra”, declarou Dominique Piotet, CEO da UNIT.City, parque de inovação que concentra 140 startups em Kiev, ao site Sitfed. 

Algumas startups já têm se movimentado para auxiliar os funcionários que queiram sair do país. “Demos a opção de trabalhar remotamente dentro ou fora da Ucrânia para os nossos cerca de 100 funcionários e fornecemos orçamento para realocação conforme necessário”, disse  um porta-voz da Bolt, startup de entregas estoniana, à Business Insider . 

Já a ucraniana Readdle, dona de aplicativos de produtividade, declarou ao Techcrunch que ainda não pretende evacuar a equipe do país, mas estão executando os planos de contingência que haviam criado para manter os negócios funcionando. 

Diante do clima de tensão crescente dos últimos anos, outras startups já haviam transferido a estrutura das suas operações para a nuvem, em plataformas hospedadas fora da Ucrânia. É o caso da empresa de software MacPaw. 

“Com relação ao uso de nossos produtos nada muda. Estávamos nos preparando para essas circunstâncias, e trabalhávamos de forma remota para garantir que não houvesse interrupções no suporte e desenvolvimento de nossos produtos”, declarou a empresa em um post em seu blog

“Preparamos vários programas de assistência e lançamos um plano de emergência para garantir a segurança dos nossos membros baseados na Ucrânia”, continuou. 

Até o momento, entre as sanções realizadas pelo governo Joe Biden contra a Rússia, estão o corte da Sberbank, a maior instituição financeira russa, do sistema financeiro americano; bloqueio total contra o VTB Bank, segundo maior banco da Rússia, e 20 de suas subsidiárias; a proibição de 13 grandes empresas estatais russas de levantar financiamento no mercado americano.

Uma das consequências mais imediatas das sanções para as empresas de tecnologia poderá ser a dificuldade em conseguir investimento estrangeiro, uma vez que aumenta a avaliação de risco do país. Empresas fora de Moscou também podem ter dificuldade. 

Segundo uma reportagem do New York Post, funcionários nos Estados Unidos do aplicativo de entregas Buyk, financiado pelo maior banco estatal russo, estavam preocupados que as sanções pudessem atingi-los de alguma forma.

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