Em expansão, Kalunga aposta em produtos digitais e lojas menores
Entre as novidades, está um serviço que leva a empresa para além da papelaria e informática, centro de seu negócio
Karin Salomão
Publicado em 19 de setembro de 2018 às 06h00.
Última atualização em 19 de setembro de 2018 às 06h00.
São Paulo - Criada há 40 anos, a Kalunga é conhecida por suas grandes lojas com suprimentos para escritórios e materiais escolares. No entanto, a expansão da empresa nos últimos anos está voltada a novos serviços e formatos menores de lojas, principalmente em shopping centers.
Entre as novidades, está um serviço que leva a empresa para além da papelaria e informática, centro de seu negócio. Lançou uma gráfica rápida, para impressão de cartões de visita, adesivos, banners, crachás e convites, a Kalunga Copy & Print. Atualmente, três unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro já contam com o serviço e, até o fim do ano, serão cinco.
Para o ano que vem, o objetivo é lançar a gráfica digital, para que o cliente envie um projeto impressão pelo site, receba o projeto em um endereço indicado ou retire na loja mais próxima.
A empresa investiu cerca de 5 milhões de reais no novo canal digital da Copy & Print, que deve ser lançado até o começo de 2019. O objetivo é atender a demanda desse serviço em todo o território nacional.
Outro foco de crescimento são as vendas digitais, que atualmente correspondem a 10% do total. A Kalunga irá lançar, até o fim de outubro, a opção de compra pela internet e retirada na loja. Prevê também a entrega em até uma hora em algumas regiões, que deve ser lançada nos próximos meses.
Para isso, as lojas físicas devem servir como pequenos centros de distribuição. Os três centros de distribuição da empresa, que somam 41 mil metros quadrados, ficam em Barueri, São Paulo.
Novas lojas, menores e mais completas
Além dos novos serviços digitais, a empresa também está em expansão física. A empresa prevê terminar o ano com 202 estabelecimentos, com a abertura de 28 lojas no ano - até agora, já foram 14 inaugurações.
Com décadas de existência, a grande arrancada da companhia veio apenas nos últimos anos, quando começou a apostar em lojas menores. Ao invés de 3 mil metros quadrados, a empresa começou a lançar unidades de 1.000 a 400 metros quadrados.
A Kalunga também começou a dividir espaço com outras varejistas, como a Cobasi e Petz, ambas de itens para jardinagem e animais de estimação, para dividir custos e atrair fluxo de clientes em diferentes horários.
Além disso, ampliou seu portfólio. De 2.800 itens diferentes que eram vendidos há 15 anos, hoje são mais de 11 mil.
Nos últimos anos, manteve crescimento estável de 10% ao ano. Para 2018, espera faturamento de 2,5 bilhões de reais, alta de 12%. A empresa afirma que não sentiu o impacto da crise, principalmente por conta dos tipos de itens que vende. “São itens de recorrência e materiais de primeira necessidade, o consumidor continua voltando para a loja”, diz Roberto Garcia, sócio e presidente.
Mais do que isso, a crise ajudou a empresa em sua expansão física, por conta da queda nos preços de ativos imobiliários. Os preços dos aluguéis também baixaram em shopping centers, onde está grande parte das novas lojas. No total, cerca de 63% das lojas Kalunga estão dentro de shoppings.
Sua concorrente, a americana Staples, estava no Brasil desde 2010 mas vendeu as operações no início deste ano e saiu do país. Cesar Folle, controlador das redes BrSupply e Korpex, comprou as operações da americana e, agora, controla três empresas no ramo de vendas de materiais de escritório e informática ao segmento corporativo.
Familiar, com gestão mais profissional
A empresa nasceu em 1972 como uma atacadista e vendia apenas para papelarias menores. Criada por Damião Garcia, hoje dois de seus filhos, Roberto e Paulo, atuam como sócios. Mas é pouco provável que a empresa chegue à terceira geração, diz Roberto. “Não colocamos a empresa como responsabilidade dos nossos filhos”, afirma.
Por isso, desde 2010, quando a empresa iniciou os planos de expansão, a empresa buscou também profissionalizar a gestão. Ela investiu em tecnologia, profissionalização, treinamento, ferramentas de comunicação interna, foco em atendimento ao cliente e serviços exclusivos, entre outros. Também estruturou sua área de governança e pesquisa até a possibilidade de um IPO (oferta pública inicial de ações).