Avon: Brasil concentra um quarto do total de revendedoras da empresa no mundo (Exame.com/Karin Salomão)
Karin Salomão
Publicado em 26 de junho de 2015 às 18h20.
São Paulo – Apesar das quedas nas vendas ano após ano, a Avon afirmou que irá manter sem retoques o seu modelo de negócios no Brasil, um dos mercados mais significativos para a companhia.
Em evento para a imprensa, que iria divulgar o “novo posicionamento da Avon no Brasil”, a companhia de beleza afirmou que buscou inspiração em suas raízes para continuar fazendo o que sempre fez.
Os números globais da empresa estão caindo há anos. Em 2011, as receitas totais somaram 11,1 bilhões de dólares. Já em 2014, eram 8,85 bilhões de dólares. A companhia não abre os números específicos para o Brasil.
Ainda assim, a empresa afirma que "a Avon mantém o foco no modelo de venda direta, menos por conta das vendas e mais pela transformação social que ela traz”, afirmou o presidente para o Brasil, David Legher.
No país, a empresa conta com 1,5 milhão de revendedoras, um quarto do total da rede de vendas no mundo. Dessas, 90% são mulheres.
Missão de empoderar
Para Legher, a missão da Avon é empoderar mulheres por meio da beleza. Por isso, a empresa de maquiagem lançou hoje, 26, uma nova campanha: A Beleza que Faz Sentido.
A campanha coloca as revendedoras no foco da comunicação, estrelando os catálogos e produtos novos, como o Ultra Color Revolution, lançado hoje. O time de vendedoras também deve ser refoçado.
“Não estamos falando de nada novo. A Avon sempre foi assim. Estamos retomando o que sempre fomos”, disse Legher.
Apenas recentemente a empresa começou a investir em plataformas digitais. Em agosto do ano passado, anunciou que passaria a vender pela internet no Brasil. Agora, as revendedoras também podem receber pedidos pelo smartphone.
A Avon também afirmou que pretende continuar investindo na criação de produtos mais sofisticados, mas não informou se irá aumentar a participação dos itens de luxo no total dos lançamentos.
Com vendas anuais de 8,85 bilhões de dólares, a empresa não realizou grandes mudanças no modelo de negócios nos seus 126 anos de existência, mantendo a venda direta.
Recentemente, a empresa adiou a divulgação sobre o que faria com a sua divisão norte-americana, uma das mais problemáticas. A presidente global, Sherilyn McCoy, iria delinear seus planos para o país este mês, mas adiou a apresentação, afirmou o Wall Street Journal.
Segundo o veículo americano, a empresa não tem uma proposta de venda da divisão dos Estados Unidos e nem uma estratégia para reavivar as receitas, mas está analisando todas as possibilidades.
Hoje, cerca de 86% das vendas da companhia, que nasceu nos Estados Unidos, vêm de outros países.
Os números estão caindo nos últimos sete anos, com uma queda expressiva de 17% nas vendas em 2014.
O prejuízo nos Estados Unidos somou 72,5 milhões de dólares no ano passado. Com isso, ela perdeu participação de mercado de 10,2% em 2007 para 4,3% no último ano, na sua divisão norte-americana.