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Eletropaulo quer mediação com Eletrobras sobre dívida em 2017

Empresas anunciaram na quarta-feira a assinatura de um memorando de entendimento para uma mediação

AES Eletropaulo: objetivo de encerrar a disputa judicial pela dívida da empresa com a estatal (Eletropaulo/Divulgação)
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Reuters

Publicado em 5 de outubro de 2017 às 12h02.

Última atualização em 5 de outubro de 2017 às 20h06.

A distribuidora de energia AES Eletropaulo espera obter um acordo vantajoso para encerrar uma longa disputa judicial com a Eletrobras em torno de uma dívida bilionária cobrada pela estatal junto à elétrica, controlada pela norte-americana AES.

Em teleconferência nesta quinta-feira, executivos da AES Brasil disseram que acreditam ser possível concluir ainda neste ano um processo de mediação em busca do acordo.

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Em meio às notícias, as ações preferenciais da Eletropaulo fecharam em alta de 5 por cento nesta quinta-feira.

As empresas anunciaram na quarta-feira a assinatura de um memorando de entendimento com o objetivo de acabar com a disputa judicial pela dívida por meio de mediação.

A Eletropaulo avalia que uma derrota na disputa sobre a dívida poderia ter impacto de cerca de 2 bilhões de reais, embora insista em negar responsabilidade sobre o valor nas discussões junto à Justiça.

"Nós teríamos que trabalhar em um desconto sobre isso, é o nosso objetivo. É obviamente uma negociação, mas não quero ficar demasiado concentrado no assunto do valor. É tão importante o montante como os termos (de pagamento)", disse o presidente da AES Brasil, Julian Nebreda.

A S&P Global Ratings informou nesta quinta-feira que os ratings e perspectiva da AES Eletropaulo não foram afetados pela celebração de um memorando a Eletrobras.

A disputa entre as elétricas tem origem em um empréstimo feito pela Eletrobras à Eletropaulo em ainda 1986, quando a distribuidora era estatal.

Posteriormente, a Eletropaulo passou por uma cisão e deu origem também à transmissora de eletricidade Cteep, que segundo Nebreda seria responsável pela dívida.

De acordo com o executivo, a Eletropaulo buscará negociar junto à Eletrobras para que a disputa não afete mais a precificação de suas ações, mas poderá cobrar a Cteep na Justiça posteriormente.

"Essa ação nós vamos tentar resolver, mas vamos tentar recuperar junto à Cteep... a responsabilidade é da Cteep", reforçou.

O vice-presidente de Assuntos Legais da AES Brasil, Pedro Bueno, disse que o assunto deve ser resolvido junto à Eletrobras ainda neste ano.

"A expectativa, o que eu vejo, é que tanto a mediação quanto a conclusão da mediação ocorram, sim, dentro de 2017", disse, após ser questionado por analistas.

Segundo apresentação divulgada pela Eletropaulo, um juiz deverá assentir com o pedido de suspensão do processo judicial sobre a dívida, quando começará a contar um prazo de 60 dias para a mediação.

A Eletropaulo avalia que a dívida seria de 949 milhões de reais se não houvesse cobrança de juros de mora.

A empresa alega que não cabem os juros moratórios porque "não há inadimplemento culposo, pois a própria Eletrobras reconhece a indefinição da responsabilidade do pagamento após a cisão".

Segundo o presidente da AES Brasil, as negociações agora anunciadas são mais uma medida dentro da estratégia do grupo de recuperar o valor da AES Eletropaulo.

"É um passo importante para reduzir a percepção de risco da companhia", disse Nebreda.

Pocurada, a Cteep disse que não iria comentar as afirmações dos executivos da AES Eletropaulo.

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