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Eles querem resolver a vida de quem precisa de espaço para guardar o que não cabe mais em casa

Francisco Canuto e Vinicius Rocha são fundadores da empresa de locação de depósitos Smartstorage. Com um app onde é possível resolver de tudo um pouco, eles mais que dobraram de tamanho no ano passado e foram selecionados para o ranking Negócios em Expansão

Francisco Canuto e Vinicius Rocha, da Smartstorage: receita operacional líquida de R$ 2,3 milhões em 2023, uma alta de 135% em 12 meses (Divulgação/Divulgação)

Francisco Canuto e Vinicius Rocha, da Smartstorage: receita operacional líquida de R$ 2,3 milhões em 2023, uma alta de 135% em 12 meses (Divulgação/Divulgação)

Leo Branco
Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 8 de setembro de 2024 às 08h12.

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As empresas de self storage com operação no Brasil não tiveram muito do que reclamar nos últimos anos.

Um negócio de self storage vive de alugar depósitos para o armazenamento de coisas por 'N' motivos — falta de espaço dentro de casa, mudança para outra cidade e por aí vai.

Trata-se de um setor impulsionado pela pandemia. A boa vontade de algumas empresas em permitir o home office, por exemplo, motivou muitos profissionais a fazer as malas e ir trabalhar longe de casa.

O self storage, então surgiu como uma mão na roda para quem precisou alugar a própria casa para custear parte das despesas nas andanças por aí e não tinha onde deixar as coisas até a volta.

De 2020 para cá, o número de empresas brasileiras dedicadas a oferecer o self storage cresceu 70%. No fim do ano passado, eram 285, de acordo com a Asbrass, a associação do setor.

Além de mais numerosas, as empresas ampliaram suas estruturas. No quarto trimestre de 2023, elas tinham à disposição dos clientes 196.888 depósitos. É quase o dobro de 2020.

No período, a presença geográfica das empresas de self storage também cresceu.

Até então, o setor estava praticamente restrito ao estado de São Paulo. Hoje, está em 78 cidades, com expansão sobretudo em metrópoles como Rio, Curitiba, Goiânia e Belo Horizonte.

O que faz a Smartstorage

A adoção crescente dessa indústria no Brasil atraiu os empreendedores André Kovesi, Francisco Canuto e Vinicius Rocha.

Os três são fundadores da Smartstorage, uma empresa aberta no ano passado em São Paulo e que já tem três unidades na capital paulista.

A pegada de Smartstorage é a de replicar no Brasil o modelo de aluguel típico dos Estados Unidos, onde o hábito de locar um depósito é muito mais comum do que por aqui.

Por lá, o esquema é self-service: o interessado aluga o espaço pela internet, recebe instruções por ali mesmo e faz a gestão do espaço praticamente sozinho.

Aqui, muito em função do desconhecimento das pessoas, o processo de contratação de um storage costuma demandar vários telefonemas e trocas de e-mail até a assinatura do contrato.

Uma das principais fricções no ato de alugar um storage no Brasil é o transporte da mercadoria até lá. Nos Estados Unidos, a dona do espaço costuma também oferecer o serviço de frete e, assim, facilitar a vida do cliente.

No Brasil, o combo ainda é uma novidade. Aí, casar os tempos e movimentos de prestadores de serviço de duas empresas (a do transporte e a do storage) pode esgotar o tempo e a energia do cliente.

Kovesi, Canuto e Rocha pensaram em minimizar essa burocracia toda com um app no qual é possível fazer praticamente tudo de um contrato — alugar um box, selecionar as mercadorias que vão lá e, sobretudo, cotar o serviço de transportadoras.

"A ideia é o cliente conseguir fazer o máximo de coisas sozinho e, assim, podermos ter uma operação enxuta e oferecer preços competitivos", diz Rocha.

Antes de empreender, ele trabalhou com assessoria financeira e na tesouraria de outras empresas.

Kovesi tem três décadas de empreendedorismo. Antes da Smartstorage, ele fundou a Akad, uma distribuidora de equipamentos para o mercado gráfico, como impressoras.

Canuto, por sua vez, trabalha há quase 15 anos no setor, tendo cuidado dos departamentos de marketing e venda de empresas como Guarde Aqui, Cangubox e Brás Guarda Fácil.

No ano passado, a Smartstorage teve uma receita operacional líquida de R$ 2,3 milhões, uma alta de 135% em 12 meses.

Os dados são do ranking EXAME Negócios em Expansão 2024, o maior anuário do empreendedorismo do Brasil.

O resultado financeiro garantiu à Smartstorage a nona posição entre as selecionadas para o ranking dentro da categorias Novatas, que compreende as empresas abertas nos últimos dois anos.

O que é o ranking EXAME Negócios em Expansão

O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual. O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses.

Em 2024, a pesquisa avaliou as empresas brasileiras que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2023.

A análise considerou os negócios com faturamento anual entre R$ 2 milhões e R$ 600 milhões. Após uma análise detalhada das demonstrações contábeis das empresas inscritas, a edição de 2024 do ranking foi lançada no dia 24 de julho.

São 371 empresas de 23 estados brasileiros que criam produtos e soluções inovadoras, conquistam mercados e empregam milhares de brasileiros.

Conheça o hub do projeto, com os resultados completos do ranking e, também, a cobertura total do evento de lançamento da edição 2024.

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