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Eles faturam milhões com uma ideia simples para acabar com as filas

A Octágora, especializada em atendimento remoto, fatura R$ 4,2 milhões e espera dobrar o tamanho até 2027

Daniel Vidal Cussi, Celso Rosa e Marcelo Izumi, da Octágora: solução que usa atendimento remoto por vídeo para desafogar filas (Divulgação/Divulgação)

Daniel Vidal Cussi, Celso Rosa e Marcelo Izumi, da Octágora: solução que usa atendimento remoto por vídeo para desafogar filas (Divulgação/Divulgação)

Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 13h53.

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Entrar em um estabelecimento cheio não precisa significar perder tempo em filas. A Octágora lançou uma solução que usa atendimento remoto por vídeo para desafogar unidades lotadas.

Como funciona: o consumidor faz o check-in e entra na fila física normalmente. Quando a demanda está acima da capacidade, parte do fluxo é redirecionado para uma mesa ou cabine de atendimento, já equipado com um tablet ou monitor com webcam preparado para esse tipo de interação. 

O suporte é feito por profissionais que podem estar em outras unidades ou em home office.

O modelo reduz filas, diminui o tempo de espera e melhora a experiência de quem está sendo atendido, sem perder o fator humano na experiência.

Para as empresas, amplia a capacidade de atendimento sem aumentar o número de profissionais em cada unidade, reduz horas extras e deixa a rotina mais previsível. 

O impacto também aparece na expansão dos negócios. Como não é preciso manter especialistas fisicamente em todos os pontos, unidades podem ser abertas com uma estrutura mais simples.

Lançada no primeiro semestre deste ano, a solução já apresenta resultados. As equipes já realizaram mais de 2 milhões de atendimentos por meio da plataforma, segundo levantamento realizado pela própria Octágora e divulgado neste mês. 

“A tecnologia não substitui o físico; ela reorganiza o físico”, diz Marcelo Izumi, cofundador e diretor de negócios da Octágora.

A primeira aplicação do modelo foi no setor energético, onde há regras rígidas sobre prazos máximos de atendimento e risco de multas.

A ideia agora é expandir. Em 2026, a empresa pretende levar a solução para segmentos como varejo, setor financeiro e saúde.

“A gente adapta a solução para cada cenário, mas a dor é parecida. Reduzir fila e tempo de espera beneficia tanto o cliente quanto a companhia”, diz Izumi.

Da experiência em call center à assistência visual remota

A Octágora foi fundada em fevereiro de 2020, pouco antes da pandemia, com o objetivo de oferecer uma solução de assistência visual remota, usando tecnologia para tornar o atendimento mais simples e eficiente.

Além de Izumi, a startup foi criada por Daniel Vidal Cussi e Celso Rosa, que, antes disso, já haviam tentado empreender, mas sem sucesso.

“As experiências anteriores nos ajudaram a não errar agora e a criar um produto escalável”, admite Cussi.

Rosa e Cussi trabalharam juntos por cerca de dez anos em uma empresa de call center. Izumi e Cussi se conhecem desde o colégio, quando tocavam juntos em uma banda de rock. 

Anos depois, o trio se une para começar a estudar e buscar oportunidades de negócio.

Com um histórico em tecnologia e atendimento ao cliente, os três fundadores perceberam um problema recorrente nas empresas. 

Resolver questões técnicas apenas por telefone nem sempre era suficiente, o que limitava o atendimento. Muitas vezes, a única saída era o envio de técnicos ao local.

Foi dessa dificuldade que nasceu a ideia de um software de suporte remoto, que combina vídeo ao vivo e realidade aumentada. 

“Isso permite que o atendente veja o que o cliente está vendo e resolva a situação com mais rapidez”, diz Izumi. 

A tecnologia, que se adapta a diferentes tipos de empresas e áreas de negócios, já é usada por grandes companhias para reduzir deslocamentos desnecessários.

Os números do negócio

Hoje, a Octágora atende empresas de vários setores, principalmente grandes companhias. 

Apesar das diferenças entre os segmentos, as dores são semelhantes, como alto volume de atendimento, custos com deslocamento e necessidade de ganhar eficiência.

Depois de um início difícil, agravado pela pandemia, a empresa se beneficiou do avanço do trabalho remoto e da maior aceitação de soluções digitais.

E o crescimento continua. A empresa entrou no ranking Exame Negócios em Expansão 2025, na categoria de companhias com faturamento entre R$ 2 milhões e R$ 5 milhões. 

Em 2024, registrou uma receita operacional líquida de R$ 4,2 milhões, alta de 243% em relação aos 12 meses anteriores.

Atualmente, tem uma equipe de 16 pessoas, cerca de 60 contratos ativos e já realiza mais de 200 mil atendimentos por mês. 

Segundo os fundadores, o crescimento em 2025 se deve principalmente pelo lançamento da solução de gestão de filas.

O plano agora é dobrar de tamanho até 2027, com reforço nas áreas de vendas e pós-vendas, mantendo o foco em tornar o atendimento mais simples tanto para quem usa quanto para quem opera.

O que é o ranking Negócios em Expansão

O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).

O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses.

Em 2025, a pesquisa avaliou as empresas que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2024. A análise considerou negócios com faturamento anual entre 2 milhões e 600 milhões de reais.

São 470 empresas que criam produtos e soluções inovadoras, conquistam mercados e empregam milhares de brasileiros. Conheça o hub do projeto, com os resultados completos do ranking e, também, a cobertura total do evento de lançamento da edição 2025.

Acompanhe tudo sobre:Negócios em Expansão 2025

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