Ele criou um negócio de móveis de jardim que fatura R$ 50 milhões. Agora, quer vender sofá na caixa
A estrutura do negócio está sendo construída ao longo dos últimos 12 meses e consumiu R$ 1,5 milhão em investimentos
Repórter de Negócios
Publicado em 4 de fevereiro de 2024 às 09h00.
Última atualização em 5 de fevereiro de 2024 às 09h42.
Será que o sofá cabe aqui ou consegue passar neste espaço? Essas são perguntas que já passaram pela cabeça de milhões e milhões de brasileiros. Uma startup chegando no mercado pretende riscar essa dor de cabeça do papel - e das mudanças.
A Sofá na Caixa faz o que o próprio nome revela: vende sofás que chegam em uma caixa. Os modelos têm um quê de instagramável, são modulares e comprimidos. Uma vez aberta a caixa, eles se expandem e ficam prontos para uso.
A estrutura do negócio está sendo construída ao longo dos últimos 12 meses e consumiu R$ 1,5 milhão em investimentos. A empresa foi aberta em São Paulo e conta com uma fábrica em Campinas, responsável pela criação do produto, além de centros de distribuição em Salto (SP) e Araranguá (SC).
Como surgiu o modelo da empresa
Um terço do valor colocado no projeto foi para o desenvolvimento de uma tecnologia própria que usa apenas quatro elementos para construir os sofás: os compostos químicos poliol e TDI, para a fabricação da espuma, tecido e filamentos.
"Não é só só uma espuma que comprime e volta, o que já é muito difícil, mas sim um processo em que a espuma volta nas densidades que nós precisamos. Conseguimos entregar durabilidade e conforto", afirmaRubens Stuque, CEO da Sofá na Caixa e engenheiro civil de formação.
Os produtos chegam com garantia de um ano e, segundo o empreendedor, a startup deve oferecer períodos de testes da tecnologia, assim como é comum em mercados como o americano.
Cada módulo é vendido individualmente por R$ 980,00 e pode ser combinado, a partir de uma estrutura de encaixe, chegando até em cinco lugares. A estratégia foi pensada para evitar o desenvolvimento de muitos modelos (SKUs), o que poderia prejudicar o ganho de escala do negócio e a agilidade na entrega que a empresa quer oferecer aos clientes.
“A modularidade na arquitetura e construção é futuro por ser uma eficiência financeira, logística e de construção de velocidade”, afirma Rubens Stuque, CEO da Sofá na Caixa e engenheiro civil de formação.
O fundador tem expectativas ambiciosas para o negócio: faturar R$ 90 milhões neste primeiro ano. A proposta da Sofá na Caixa é falar com um público B e C. Para chegar nesse número e no público, a startup pretende investir em alguns caminhos.
Os planos passam por venda direta ao consumidor; entregas rápidas, um dos entraves do setor de móveis, prometendo produtos com prazos iniciais de 2 a 8 dias; e vendas a partir de plataformas como Mercado Livre e Amazon.
Com a empresa de origem argentina, começa um projeto-piloto nas próximas semanas para entender a viabilidade das entregas com relação ao peso dos produtos na categoria "Full" do marketplace.
Stuque já atua no mercado de móveis e foi a partir de conversas e estudos que observou a oportunidade de criar startup para dilalogar com um perfil diferente de consumidor e olhar para outra área das residências: a interna.
Ele é cofundador da Eco Flame Garden, criada em 2020, no interior de São Paulo. A empresa, com estimativa de faturar R$ 50 milhões em 2024, vende móveis a pronta entrega para jardins, como pufes, lareiras de mesa, redes, poltronas, mesas laterais e almofadas.
Qual é a oportunidade no novo negócio
A Eco começou oferecendo produtos para o consumidor final e entrou no mundo corporativo. Os itens podem ser encontrados em redes hoteleiras como a Carmel, Fasano Boa Vista, Bendito Cacao Resort & Spa e ainda em outros países, como Estados Unidos e Emirados Árabes.
As duas compartilham alguns espaços, mas a criação da Sofá no Caixa, diz Stuque, procura olhar para outros horizontes. Enquanto a Eco dialoga com um público de luxo e classe A, com produtos a partir de 4.900 reais, a novata mira um mercado maior.
“Não desenvolver uma solução para realmente atender os consumidores das classes B e C estava me deixando desconfortável”, afirma. “Agora eu consigo fazer uma linha de produção muito mais rápida, com um preço muito mais acessível e com uma demanda muito maior”.