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Eldorado investe R$ 600 mi para iniciar fabricação

Empresa vai instalar sua fábrica de celulose, em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, na divisa com São Paulo

Plantação de eucaliptos: a indústria será a maior e a mais moderna linha de produção de celulose do mundo (Germano Lüders/EXAME.com)

Plantação de eucaliptos: a indústria será a maior e a mais moderna linha de produção de celulose do mundo (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2012 às 12h09.

Três Lagoas (MS) - A Eldorado Brasil iniciou as operações florestais e de logística para colocar em funcionamento sua fábrica de celulose, em Três Lagoas (MS), na divisa com São Paulo. A indústria - que deverá consumir investimentos de R$ 6,2 bilhões e terá capacidade de produzir 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano - será a maior e a mais moderna linha de produção de celulose do mundo.

“Para entrar em funcionamento em outubro, e entregar os primeiros carregamentos em novembro, iniciamos a retirada da madeira que servirá de matéria-prima para a fabricação da celulose”, disse o presidente da Eldorado, José Carlos Grubisich. Mas, para retirar a madeira no campo, a Eldorado investiu R$ 100 milhões e fechou contratos de outros R$ 500 milhões com operadoras de logística.

A produção da fábrica será exportada para Ásia (de 50% a 55%), Europa (30% a 35%) e América, incluindo Brasil e Estados Unidos (10% 15%). Segundo Grubisich, já em 2012 devem ser produzidas de 150 mil a 200 mil toneladas de celulose, cuja madeira já está sendo extraída das florestas da empresa. A madeira para abastecer a fábrica sairá de 150 mil a 160 mil hectares de reflorestamentos de eucaliptos espalhadas por São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. “De 70% a 80% das florestas estão em terras arrendadas e de 20% a 30% em terras próprias da Eldorado”, diz Grubisich. Os arrendamentos são a longo prazo, de até 28 anos.

A Eldorado investiu R$ 100 milhões, na aquisição de máquinas, treinamento, contratação e formação de equipes - foram contratados 408 trabalhadores, que vão operar máquinas que fazem o corte, descascam e cortam as madeiras em pedaços de 6 metros cúbicos, que são levados e empilhados por outras máquinas na beira da estrada, uma vez que caminhões não entram nas florestas. “O processo todo é mecanizado”, explica. De acordo com Grubisich, ao assumir todo o processo, do plantio à colheita, a Eldorado reduziu custos e aumentou a rentabilidade.

Contratos

Para garantir o fornecimento de matéria-prima para sua indústria, a Eldorado fechou contratos de operações logísticas de R$ 500 milhões com três empresas: JSL (antiga Júlio Simões), grupo Gafor e Transgold Transportes. O contrato de maior valor, de R$ 240 milhões foi fechado com a JSL, para operações inbound. Ele consolida a JSL, empresa de companhia aberta, como a líder no setor de papel e celulose.

“É um dos nossos maiores contratos individuais. Será válido por cinco anos e para cumpri-lo, faremos investimentos de R$ 40 milhões na contratação de 400 funcionários e compra de 80 conjuntos de cavalos mecânicos e tritrens”, explicou o presidente da JSL, Fernando Simões. Segundo ele, os estudos para a parceria tiveram início há dois anos.


A intenção da JSL, que atua em várias frentes, é fechar outros tipos de serviços com a Eldorado.

As três empresas farão o transporte rodoviário da madeira do campo até a fábrica de Três Lagoas, que receberá um carregamento de madeira por tritrens a cada quatro ou cinco minutos, 24 horas por dia. “Teremos 180 conjuntos de tritrens circulando o dia todo para transportar madeira para nossa fábrica”, diz Grubisich. No total, 600 motoristas e 120 mecânicos darão apoio ao transporte.

Além do meio rodoviário, a Eldorado deverá receber um pequeno volume de madeira pela hidrovia Tietê-Paraná, proveniente da região oeste de São Paulo, que será embarcado no porto de Anhembi para ser descarregado em Três de Lagoas. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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