Eike: a chegada de Eike à sede da PF foi marcada por um pequeno protesto de populares que estavam no local (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reuters
Publicado em 31 de janeiro de 2017 às 20h56.
Última atualização em 31 de janeiro de 2017 às 22h01.
Rio de Janeiro - O empresário Eike Batista prestou depoimento por cerca de duas horas a delegados da força tarefa da Lava Jato na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro nesta terça-feira e, no início da noite, já retornou ao presídio de Bangu 9, na zona oeste do Rio de Janeiro.
O ex-bilionário passou cerca de quatro horas na sede da PF no Rio, mas passou por volta de metade desse tempo falando com os delegados, de acordo com uma fonte com conhecimento do assunto que não deu mais detalhes sobre o conteúdo do depoimento.
O interrogatório foi conduzido por dois delegados de uma unidade especializada no combate a desvio de recursos e também foi acompanhado por dois procuradores federais.
A chegada de Eike à sede da PF foi marcada por um pequeno protesto de populares que estavam no local. Aos gritos de "bandido" e "ladrão", o empresário chegou à superintendência no meio da tarde.
Logo na chegada, o advogado Fernando Martins, que representa Eike, disse que, ao menos por ora, o empresário não pensa em um acordo de delação premiada.
"Em princípio não há possibilidade de delação", disse Martins a jornalistas.
A presença de Eike na PF despertou a curiosidade de quem passava ou trabalha no local. Algumas das pessoas presentes estavam com fantasias de super-heróis como Flash e Thor, nome de um dos filhos de Eike, que se inspirou na mitologia para batizar herdeiros.
Eike deixou a PF em um carro descaracterizado acompanhado de quatro agentes que o levaram de volta para a cadeia. O ex-bilionário vestia o uniforme do sistema prisional do Rio --calça jeans e camiseta branca.
Em Bangu ele divide cela de 15 metros quadrados com outros presos e tem se alimentado com a comida oferecida pela cadeia. Dois pedidos de habeas corpus em favor de Eike estão sendo analisados pela Justiça Federal do Rio de Janeiro.
O empresário, que já foi considerado um dos homens mais ricos do mundo, teve a prisão decretada na semana passada e chegou a ser considerado foragido pois estava fora do país.
Ele retornou ao Brasil e se apresentou à Justiça na segunda. O empresário foi o principal alvo da operação Eficiência, um desdobramento da Lava Jato, acusado de pagar 16,5 milhões de dólares em propina ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, preso desde o ano passado.