Dona da Cavalera entra com pedido de recuperação judicial
Em processo, empresa afirma ter dívidas tributárias de R$ 60 milhões e culpa queda no consumo a partir de 2017
Agência O Globo
Publicado em 6 de maio de 2021 às 20h08.
A controladora da varejista de moda Cavalera, K2 Comércio de Confecções, entrou com pedido de recuperação judicial esta semana na 2ª Vara de Falências de Recuperações Judiciais de São Paulo. A marca de roupas masculinas e femininas foi fundada em 1995 pelo ex-deputado estadual pelo PSDB Alberto Hiar, o "Turco Loco", e o ex-baterista da banda Sepultura, Igor Cavalera, em São Paulo.
Segundo as informações do processo, o pedido de recuperação judicial se deve a uma piora da situação financeira, nos últimos anos, que foi acelerada com a pandemia. O valor da ação é de R$ 38 milhões, mas a empresa afirma ter dívidas tributárias que somam R$ 60 milhões. A K2 informou à Justiça que houve queda do consumo especialmente durante a recessão que atingiu o país, entre os anos 2017 e 2018. Ao mesmo tempo, diz a empresa, houve aumento de custos no período.
Em 2018, a empresa teve um prejuízo de R$ 36 milhões. No ano passado, as perdas totalizaram R$ 243 mil. Mesmo com a redução do prejuízo, a marca informou à Justiça que vem tendo dificuldades de pagar dívidas acumuladas nos anos anteriores, incluindo dívidas com bancos, sem que haja perspectiva de melhora no caixa. A Cavalera tem 14 lojas, mas seus produtos são vendidos em pelo menos 800 pontos comerciais do país.
Além disso, houve divergências entre as atuais sócias da marca Valeria Hiar e Joana Hiar. Elas foram buscar na Justiça o comando da empresa, o que acabou influenciando de forma negativa a atividade do empreendimento, diz o pedido. O escritório de advocacia que representa a empresa foi procurado, mas nenhum advogado foi encontrado para falar sobre o pedido.
O caso será analisado pelo juiz Marcelo Barbosa Sacramone. Em um primeiro despacho, o juiz deu um prazo de dez dias para que a empresa apresente documentos sob pena de indeferir o pedido. Também informou que as dívidas tributárias não estão sujeitas à recuperação judicial.
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