Juliana Sztrajtman, CEO da Amazon Brasil: “O consumidor quer conveniência. Quando ele encontra variedade, preço competitivo e entrega rápida, ele passa a comprar tudo online” (Amazon/Divulgação)
Repórter
Publicado em 21 de dezembro de 2025 às 08h01.
O carrinho do brasileiro no e-commerce está mais diverso — e mais recorrente. Em 2025, os produtos mais vendidos online deixaram claro que o comércio eletrônico já não é apenas território de grandes compras pontuais, como celulares e televisores, mas também de itens do dia a dia, como sabão em pó, papel higiênico e produtos de higiene pessoal. A leitura é de Juliana Sztrajtman, CEO da Amazon Brasil, em entrevista ao podcast De Frente com CEO, da EXAME.
Segundo a executiva, a Black Friday deste ano foi marcada por crescimento, entrada de novos clientes e aumento da recorrência, refletindo uma mudança estrutural no comportamento de consumo.
“Além dos tradicionais campeões de vendas, as categorias ligadas ao dia a dia do consumidor tiveram um desempenho muito relevante”, afirma.
A entrevista na íntegra você pode ver no "De frente com CEO" - podcast que fica disponível no Youtube e no Spotify da EXAME, e agora também será transmitido no SBT News aos domingos, às 22h:
Entre os itens que puxaram o volume de vendas em 2025, os eletrônicos continuam no topo. Celulares, televisores, fones de ouvido e caixas de som figuraram entre os produtos mais procurados, especialmente durante períodos promocionais.
A diferença, segundo Sztrajtman, é que esses produtos agora dividem espaço com categorias antes menos associadas ao e-commerce. “O consumidor brasileiro passou a comprar online não só produtos de maior valor, mas também itens de uso recorrente”, disse.
Itens básicos do cotidiano ganharam protagonismo nas vendas online neste ano. Produtos como sabão para lavar roupa, papel higiênico, shampoo, perfumes e hidratantes tiveram forte desempenho, indicando que o e-commerce passou a ser visto como uma alternativa prática e competitiva também para reposição doméstica.
Esse movimento é estratégico para o varejo digital porque aumenta a frequência de compra. Em vez de acessar a plataforma apenas para grandes aquisições, o consumidor passa a voltar com mais regularidade.
Com a aproximação do Natal, a categoria de brinquedos também se destacou nas vendas, mantendo ritmo forte após a Black Friday. Além disso, fatores climáticos influenciaram o consumo: com temperaturas mais altas, ventiladores e aparelhos de ar-condicionado ganharam tração nas buscas e nas compras.
“É a vantagem de uma loja com múltiplas categorias: a gente está presente em diferentes momentos da vida do consumidor”, afirmou a CEO.
Outro destaque citado por Sztrajtman foi o lançamento da chamada “Loja de Achadinhos”, com cerca de 800 mil produtos importados a preços acessíveis, com descontos progressivos. A iniciativa, lançada poucas semanas antes da Black Friday, teve forte adesão.
“Funcionou muito bem. As pessoas compraram desde itens de decoração até produtos para casa”, disse. Segundo a executiva, esse tipo de oferta amplia o tíquete médio e incentiva compras repetidas ao longo do mês.
Para a CEO da Amazon Brasil, o avanço do e-commerce em categorias cotidianas está diretamente ligado à melhora do nível de serviço — especialmente em logística, variedade e preço. Hoje, a empresa entrega em 100% dos CEPs brasileiros, com prazos de um a dois dias em mais de 1.500 cidades e entrega no mesmo dia em cerca de 100 municípios.
“O consumidor quer conveniência. Quando ele encontra variedade, preço competitivo e entrega rápida, ele passa a comprar tudo online”, afirmou.
A expectativa da Amazon é que esse padrão se intensifique no fim de 2025 e ao longo de 2026, combinando produtos de alto valor, itens recorrentes e compras sazonais. Eventos como a Copa do Mundo, datas promocionais e maior acesso a meios de pagamento e crédito devem ampliar ainda mais o alcance do e-commerce no país, com busca por televisores de grande formato e itens de bebidas e aperitivos.
“O online deixou de ser exceção. Ele virou hábito”, afirma Sztrajtman.