ESG concept. Eco-friendly building in modern city. Sustainable glass office building with tree for reducing carbon dioxide. Office building with green environment. Corporate building use clean energy.
Redação Exame
Publicado em 14 de janeiro de 2025 às 16h13.
Última atualização em 14 de janeiro de 2025 às 16h20.
Nos últimos tempos, temos acompanhado algumas notícias sobre a desmobilização das áreas de diversidade e inclusão em grandes empresas – em especial as americanas.
O cenário, contudo, ainda é nebuloso e ainda não há elementos suficientes que confirmem que esse movimento concentrado no contexto americano indica a falência dessa agenda no cenário global.
O que se tem comprovado em literatura científica e em estudos de caso é que os pilares de diversidade e governança são elementos essenciais da agenda ESG (Environmental, Social and Governance).
Esses dois aspectos, além de possibilitarem um avanço social, tornam-se diferenciais estratégicos para médias empresas que buscam crescer de forma sustentável e competitiva no mercado.
A inclusão de pessoas de diferentes origens, gêneros, idades e perspectivas no ambiente corporativo vai além de uma questão ética. A gestão da diversidade e da inclusão é um fator que impulsiona a inovação e a produtividade.
A adoção de políticas de diversidade pode abrir portas para novos mercados, aumentar o engajamento dos colaboradores e, com isso, impactar positivamente o capital reputacional da organização.
Enquanto a agenda de diversidade expande horizontes e manifesta compromisso com a justiça e a ética, a governança garante que a empresa se mantenha no caminho certo – especialmente quando ela também incorpora os valores e princípios da inclusão.
Representatividade de grupos socialmente minorizados nas estruturas de tomada de decisão, transparência em processos e o alinhamento ético são a base para construir a confiança de investidores, parceiros e consumidores.
No contexto das médias empresas, em que muitas vezes os recursos e equipe são mais limitados, investir em boas práticas de governança pode parecer desafiador e, até mesmo, algo que poderia ser deixado para depois. Contudo, a implementação de códigos de conduta e de conselhos — ainda que consultivos — bem estruturados é essencial para reduzir riscos operacionais e vislumbrar futuros prósperos.
Apesar das vantagens, médias empresas brasileiras enfrentam barreiras na implementação de práticas de ESG, especialmente em diversidade e governança. A falta de recursos financeiros e humanos, a resistência cultural e a falta de clareza regulatória são pontos que dificultam avanços mais rápidos.
Além disso, há uma pressão crescente para comprovar resultados concretos em ESG, o que pode intimidar empresários em início de jornada.
Ainda assim, as oportunidades superam os desafios. Em um cenário de crescente regulamentação e exigências de transparência, adotar o ESG não é apenas uma escolha ética, mas uma estratégia de sobrevivência e crescimento.
O futuro é promissor, especialmente para médias empresas que apostam no desenvolvimento de suas equipes, na digitalização de processos e em treinamentos para sensibilizar lideranças sobre a importância desses pilares. A jornada é complexa, mas a recompensa é significativa: organizações mais resilientes, inovadoras e preparadas para o futuro.
Diversidade e governança não são apenas tendências; são fundamentos indispensáveis para a sustentabilidade e o sucesso das médias empresas no Brasil e no mundo. Cabe às lideranças transformar desafios em oportunidades e consolidar o ESG como parte integral do DNA corporativo.