Devido à crise, Petrobras revisa para baixo previsão de investimentos
Movimento tem como diretriz o foco na desalavancagem, com previsão de atingir a meta de dívida bruta de 60 bilhões de dólares em 2022
Reuters
Publicado em 15 de setembro de 2020 às 10h13.
Última atualização em 15 de setembro de 2020 às 11h21.
A Petrobras revisou o portfólio de exploração e produção (E&P) devido à crise provocada pela pandemia global de coronavírus, com ajustes tanto em perspectivas de investimentos quanto nos planos de venda de ativos, disse a companhia em fato relevante na noite de segunda-feira.
A estatal agora estima investimentos de aproximadamente 40 bilhões a 50 bilhões de dólares entre 2021 e 2025, ante 64 bilhões em seu plano 2020-2024.
O movimento tem como diretriz o foco na desalavancagem, com previsão de atingir a meta de dívida bruta de 60 bilhões de dólares em 2022, priorizando projetos com breakeven de preços do petróleo Brent a no máximo 35 dólares por barril e que sejam aderentes à estratégia, explicou a companhia.
"A revisão visa maximizar o valor do portfólio do E&P, com foco em ativos de classe mundial em águas profundas e ultraprofundas", afirmou, ao ressaltar que "Búzios e os demais ativos do pré-sal passarão a ter uma importância ainda maior na carteira da companhia".
Esses ativos deverão representar cerca de 71% dos aportes previstos em E&P até 2025, contra 59% no plano estratégico anterior.
Búzios, sozinho, deverá receber 35% dos investimentos da Petrobras em exploração e produção nos próximos anos, enquanto outras áreas no pré-sal terão 26%.
Ativos no pós-sal, como Marlim, Marlim Sul, Marlim Leste e Roncador, receberão 22% dos valores previstos.
A petroleira disse ainda que revisou toda a carteira de investimentos, considerando "otimizações, postergações e cancelamentos", enquanto também reviu seus planos de vendas de ativos.
"Com a revisão de portfólio, a Petrobras decidiu incluir novo ativos na sua carteira de investimentos", disse a empresa, sem detalhar.
A companhia disse que irá informar o potencial impacto dos novos planos na curva de produção e o cronograma de início de novas plataformas no final de novembro, no chamado Petrobras Day, encontro com investidores, após concluir a aprovação do Plano Estratégico 2021-2025.