Denise Johnson deixa presidência da GM no Brasil
Denise enfrentou cenário difícil até para executivos mais experientes, afirma especialista
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2011 às 12h46.
São Paulo – A montadora GM informou hoje (22/2) que sua presidente no Brasil, Denise Johnson, pediu demissão. A executiva alegou motivos pessoais para sua saída, segundo a empresa. “Lamento informá-los que a presidente da GM do Brasil, Denise Johnson, decidiu deixar a empresa em busca de novas oportunidades de carreira”, afirmou, em nota, Jaime Ardila, presidente da montadora na América do Sul, e que vai ocupar provisoriamente o cargo da executiva no país.
Denise foi a primeira mulher a comandar uma montadora no Brasil, ao assumir a GM em julho do ano passado. Sua nomeação surpreendeu o mercado, já que a executiva não havia construído sua carreira à frente de grandes operações da GM. Antes de assumir o cargo, ela era vice-presidente para relações trabalhistas da empresa na América do Norte.
Durante a gestão de Denise, a GM perdeu mercado no Brasil. A companhia caiu da segunda para a terceira colocação em participação de mercado no país – a segunda colocada, em janeiro de 2011, foi a Volkswagen, segundo dados da Fenabrave, a federação de distribuidores de veículos. Em janeiro de 2010, a participação da GM no mercado brasileiro foi de 21,90%, sendo 22,89% em carros passeio e 18,14% em veículos comerciais leves. Em janeiro de 2011 a participação geral foi de 17,91%, sendo 19,17% em carros passeio e 13,28% em comerciais leves.
Problemas
“Toda saída de um executivo reflete um pouco dos resultados. A GM enfrenta uma série de problemas e, para qualquer executivo, seria um desafio grande”, afirma Fábio Takaki, diretor para a América do Sul da consultoria Booz & Company e especialista no setor automotivo.
Takaki destacou que a GM sempre passou por mudanças de executivos. “Eu esperava que ela ficasse mais tempo, até exatamente mostrar os resultados”, diz. Entre os desafios atuais da GM no mundo, o consultor destacou a necessidade de mostrar credibilidade frente aos consumidores, a melhoria de imagem, a inovação em produtos e a forte concorrência. “A maior dificuldade é desenvolver produtos inovadores e que sejam aceitos pelo mercado, e isso precisa de invetsimentos”, disse.
“Já seria um trabalho hercúleo para qualquer executivo, mesmo para uma pessoa com experiência”, diz Takaki. A executiva iniciou a carreira na montadora aos 25 anos. Ela se formou em engenharia mecânica pela Universidade Estadual de Michigan e possui mestrado em engenharia mecânica e em administração pelo Massachusetts Institute of Technology - MIT.