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Demanda elevada puxa preços dos produtos da Arcelor Brasil

Preço médio das placas de aço está cerca de 10% acima do do último trimestre de 2005, mas empresa não vê espaço para reajuste do minério de ferro

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

Os preços dos produtos da Arcelor Brasil iniciaram o ano em alta, puxados pela demanda do mercado mundial. As placas de aço - principal produto de exportação da Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), uma das empresas que compõem o grupo no Brasil -, por exemplo, já estão de 10% a 15% mais caras que no último trimestre do ano passado. Segundo o diretor financeiro e de Relações com Investidores da Arcelor Brasil, Leonardo Horta, o preço FOB médio do produto, no mercado mundial, é de 390 dólares por tonelada.

Para José Armando Campos, presidente do grupo siderúrgico no país, a demanda elevada é sentida em todas as regiões. Nos Estados Unidos, por exemplo, os preços têm sido reajustados mensalmente e os estoques estão curtos. De acordo com o executivo, a Ásia é a região em que os preços têm menor margem para subir, já que estão pressionados pelas exportações de produtores locais para seus vizinhos - sobretudo das siderúrgicas chinesas para países como Coréia do Sul e Taiwan.

Ainda é cedo, porém, para afirmar que 2006 será um ano de tendência de alta nos preços dos produtos siderúrgicos, segundo Campos. "Há vários fatores que determinarão o preço dos materiais, como o desempenho da economia americana", diz. Os preços médios elevados, no primeiro semestre de 2005, foram um dos fatores que contribuíram para que a Arcelor Brasil registrasse uma receita líquida total de 13,341 bilhões de reais com a venda de aços planos e longos. A cifra foi 7% superior à do ano retrasado, apesar de o volume comercializado ter caído 2%, para 8,8 milhões de toneladas. A ênfase na venda de produtos de maior valor agregado, como as bobinas laminadas a quente, foi o outro fator que assegurou o faturamento.

Minério de ferro

Ao contrário do que argumenta a Companhia Vale do Rio Doce, maior produtora mundial de minério de ferro e que vem trabalhando uma batalha desde o início do ano com os maiores grupos siderúrgicos para reajustar seus preços, a demanda aquecida não deve servir de pretexto para um aumento do minério. "Por nós, não haveria reajuste neste ano", diz Campos. Em 2005, a Vale conseguiu emplacar um aumento de 71,5% em sua tabela, com o argumento de que o setor siderúrgico mundial estava aquecido graças à China.

Campos reconhece, porém, que a China terá um importante papel neste ano. "O grande volante da negociação de preços em 2006 é a China, o maior mercado comprador do mundo", afirma. Segundo o executivo, a expectativa é que os chineses demonstrem um menor apetite pelo minério de ferro, já que seu parque siderúrgico dá sinais de desaceleração. Se isto acontecer, os grandes fornecedores - a brasileira Vale, a australiana BHP Billiton e a britânica Rio Tinto - terão que se contentar com uma alta bem mais modesta, como os 20% esperados pelos analistas de mercado.

Custos

Enquanto o preço do minério segue indefinido, a Arcelor Brasil procura controlar os custos de produção por outros meios. O grupo espera reduzir em até 10% o custo industrial da CST, a expansão de sua produção dos atuais 5 milhões de toneladas para 7,5 milhões de toneladas no segundo semestre. A expansão integra o plano de investimentos da companhia, que prevê desembolsos de 1 bilhão de dólares neste ano e de outro bilhão distribuído entre 2007 e 2008.

Segundo Horta, dos 2 bilhões previstos nestes três anos, cerca de 600 milhões de dólares serão gastos com a atualização tecnológica de suas unidades. A Arcelor Brasil é a holding que controla as siderúrgicas CST, Vega do Sul, e Belgo Siderurgia.

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