Decisões do STF têm pouca relevância para a Vale
Segundo analistas, decisões do supremo sobre a tributação de lucros de empresas no exterior são bem menos impactantes para companhia do que se esperava
Da Redação
Publicado em 11 de abril de 2013 às 13h53.
Rio de Janeiro - As decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tributação de lucros de empresas no exterior na quarta-feira são bem menos impactantes para a Vale do que esperavam especialistas do mercado, que aguardavam um desfecho mais significativo para o contencioso de 30,5 bilhões de reais com a União.
Deste montante cobrado pelo governo brasileiro, apenas cerca de 1 bilhão de reais deverá ser subtraído do potencial passivo, de acordo com definição dos ministros sobre retroatividade da cobrança de impostos. o STF decidiu que a cobrança anterior à lei de 2001 é ilegal.
Das quatro autuações da Receita Federal que resultam no gigantesco imbróglio, uma delas refere-se a um período anterior a este, no valor de 1,004 bilhão de reais incluindo juros e multa, mostra o mais recente relatório anual da mineradora à Security Exchange Comission (SEC), o órgão regulador de mercados dos EUA.
Todo o restante, ou cerca de 29 bilhões de reais, refere-se a cobranças posteriores à lei.
As ações da Vale recuavam 1,58 por cento às 13h32, após uma queda superior a 3 por cento na véspera. Em meio a divergentes interpretações sobre os efeitos das decisões, os papéis passaram a recuar durante o julgamento.
"O mercado tinha expectativa de que isso (a lei) cairia ... mas vai continuar por mais tempo", afirmou à Reuters o analista Marcelo Aguiar, do Goldman Sachs.
Segundo ele, o empate dos votos dos ministros sobre a questão da tributação de controladas no exterior fora de paraísos fiscais --sem decisão, portanto-- foi o ponto negativo dos julgamentos.
"Não ter definição no curto prazo é o principal fator negativo", reiterou o Bank of America Merril Lynch em relatório distribuído a clientes.
O Supremo Tribunal Federal (STF) tomou decisões que não encerram a discussão jurídica sobre a cobrança de bilhões de reais em impostos de controladas e coligadas de empresas brasileiras no exterior, levando o tema parcialmente de volta a instâncias inferiores.
Em julgamento, o STF determinou que a cobrança de impostos sobre coligadas de companhias brasileiras fora de paraísos fiscais é inconstitucional. Ao mesmo tempo, decidiu que a cobrança de tributos de controladas de companhias brasileiras em paraísos fiscais é válida. Mas a Vale não está incluída nestes casos.
A decisão sobre a retroatividade, no entanto, foi comemorada pela companhia.
"Foi uma grande vitória para nós já termos essa irretroatividade respeitada e a manutenção da nossa liminar que nos permite não fazer qualquer desembolso até que seja julgado o caso", disse o consultor jurídico da empresa, Clóvis Torres.
Rio de Janeiro - As decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tributação de lucros de empresas no exterior na quarta-feira são bem menos impactantes para a Vale do que esperavam especialistas do mercado, que aguardavam um desfecho mais significativo para o contencioso de 30,5 bilhões de reais com a União.
Deste montante cobrado pelo governo brasileiro, apenas cerca de 1 bilhão de reais deverá ser subtraído do potencial passivo, de acordo com definição dos ministros sobre retroatividade da cobrança de impostos. o STF decidiu que a cobrança anterior à lei de 2001 é ilegal.
Das quatro autuações da Receita Federal que resultam no gigantesco imbróglio, uma delas refere-se a um período anterior a este, no valor de 1,004 bilhão de reais incluindo juros e multa, mostra o mais recente relatório anual da mineradora à Security Exchange Comission (SEC), o órgão regulador de mercados dos EUA.
Todo o restante, ou cerca de 29 bilhões de reais, refere-se a cobranças posteriores à lei.
As ações da Vale recuavam 1,58 por cento às 13h32, após uma queda superior a 3 por cento na véspera. Em meio a divergentes interpretações sobre os efeitos das decisões, os papéis passaram a recuar durante o julgamento.
"O mercado tinha expectativa de que isso (a lei) cairia ... mas vai continuar por mais tempo", afirmou à Reuters o analista Marcelo Aguiar, do Goldman Sachs.
Segundo ele, o empate dos votos dos ministros sobre a questão da tributação de controladas no exterior fora de paraísos fiscais --sem decisão, portanto-- foi o ponto negativo dos julgamentos.
"Não ter definição no curto prazo é o principal fator negativo", reiterou o Bank of America Merril Lynch em relatório distribuído a clientes.
O Supremo Tribunal Federal (STF) tomou decisões que não encerram a discussão jurídica sobre a cobrança de bilhões de reais em impostos de controladas e coligadas de empresas brasileiras no exterior, levando o tema parcialmente de volta a instâncias inferiores.
Em julgamento, o STF determinou que a cobrança de impostos sobre coligadas de companhias brasileiras fora de paraísos fiscais é inconstitucional. Ao mesmo tempo, decidiu que a cobrança de tributos de controladas de companhias brasileiras em paraísos fiscais é válida. Mas a Vale não está incluída nestes casos.
A decisão sobre a retroatividade, no entanto, foi comemorada pela companhia.
"Foi uma grande vitória para nós já termos essa irretroatividade respeitada e a manutenção da nossa liminar que nos permite não fazer qualquer desembolso até que seja julgado o caso", disse o consultor jurídico da empresa, Clóvis Torres.